O SUJEITO CEREBRAL DE THOMAS NAGEL
Abstract
Para Nagel, somos ou o cérebro intacto ou algo relacionado a ele. Disso, tal como iremos expor, se extrai três teorias: (1) a identidade de um sujeito se dá com um substrato cerebral capaz de realizar experiências psíquicas; (2) a identidade de um sujeito se dá com estados cerebrais quando estes estão a realizar experiências psíquicas; e (3) somos, simpliciter, o nosso cérebro fisicamente intacto. A ideia por trás disso é a de que o locus da nossa existência se encontra no mundo objetivo, em contraste com o mundo subjetivo, psicológico. Após apresentar a visão do autor, algumas objeções foram levantadas a fim de encontrar pontos onde a concepção do sujeito cerebral deixa de atender às nossas intuições. Uma dessas intuições é a de que sujeitos e experiências conscientes estão estritamente relacionados. Isto posto, iremos apresentar, por fim, uma visão alternativa que tem a fenomenologia psicológica ― estados fenomenais, qualitativos, puramente subjetivos ― como elemento central para definir o estatuto ontológico dos sujeitos. Nesta última perspectiva, deixamos de ser nossos cérebros para sermos criaturas essencialmente psíquicas.