A arte do bem viver e seu modelo estrutural segundo a filosofia de Epicteto
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v10i22.4783Abstract
O objetivo deste artigo é reforçar a concepção de filosofia como prática voltada ao bem viver e, consequentemente, do filósofo como aquele que age em direção a esse objetivo. Para tanto será considerada a arte do bem viver de um filósofo específico, Epicteto (55 d.C. – 135 d.C.) e seu desenvolvimento de uma filosofia prática para a questão do bem viver, isto é, como um modo de vida. A substancialidade de um bem viver se dá dentro de alguma estrutura que possibilita essa prática e a definição desta estrutura, como modelo para uma arte (techné), torna-se importante para delimitar quais escolhas e ações são possíveis e valorizadas dentro de uma concepção de bem viver. Pode-se definir estruturas de ou modelos que aceitem um viver, mas nem todas estruturas ou modelos aceitam um bem viver substancial, ainda mais na concepção de Epicteto. A diferenciação entre viver e bem viver não se dá somente na qualidade ou no conteúdo das escolhas morais e teleológicas mas também na estrutura adequada para ambas as posições. Uma vez definida a estrutura ou modelo de um bem viver, na concepção de Epicteto, abre-se a possibilidade de correção do caminho até este bem viver e também das escolhas apropriadas a efetivar essa substancialidade através dessa estrutura.