Educação Feminina: Uma crítica de Mary Wollstonecraft à John Gregory
Resumo
No século XVIII a Europa estava contaminada com o que hoje consideraríamos o mais vil e ferrenho machismo. A conduta ideal da mulher chegou a ser preconizada por homens, que as consideravam apenas sob o prisma de elementos como amor e afeição, como foi o caso de John Gregory. O autor escocês redigiu um tratado com o intuito de ensinar às suas filhas o comportamento adequado de uma mulher: esconder os sentimentos, fazer as mais belas mesuras, ser servis aos seus esposos e boas mães para seus filhos. Em uma palavra, a educação feminina era, em alguma medida, apenas uma forma de cárcere, e este era um pensamento comum na Europa do século XVIII. É neste cenário que Mary Wollstonecraft se insere, e escreve a obra Reivindicação Dos Direitos da Mulher, que não poderia deixar de ter em sua composição uma crítica direta ao autor escocês. O nosso intuito é não apenas apresentar a crítica dirigida por Wollstonecraft diretamente a Gregory, mas evidenciar o contraponto estabelecido por ela, ao longo de toda a obra, aos ideais de educação defendidos em O Legado de um pai para suas filhas, com o objetivo de mostrar que o pensamento da autora, ainda que contemporâneo a uma época em que sobressaía a ideia da submissão feminina, promove o espaço da mulher com direito à fala, ao estudo e ao trabalho, não apenas educando-as para serem belos corpos que são boas mães e boas esposas.
PALAVRAS-CHAVE: Mulher. Comportamento. Direito. Educação.
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Referências
CUBÍE, Juan Bautista. Em defesa das mulheres das calúnias dos homens: com um catálogo das espanholas que mais se destacaram nas Ciências e nas Armas. Tradução Dafne Melo. São Paulo: Editora Unesp, 2012.
GREGORY, Jonh. A Father’s Legacy to his Daughters. Creative Media Partners, LLC, 2010.
WOLLSTONECRAFT, Mary. Reivindicação dos Direitos da mulher. Tradução de Ivania Pocinho Motta. São Paulo: Boitempo, 2016.
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