Avaliação microbiológica de ostras cultivadas no litoral de Alagoas submetidas a depuração em sistema fechado de recirculação.
DOI:
https://doi.org/10.2312/Actafish.2017.5.3.48-53Keywords:
ostreicultura, microbiologia, contaminação.Abstract
As ostras são moluscos bivalves, filtradores, que podem reter, em seus tecidos, microrganismos patogênicos e causar problemas de saúde publica aos consumidores. Dessa forma, a depuração é um processo que visa eliminar os agentes patogênicos de moluscos bivalves, fornecendo um produto com garantia sanitária ao mercado consumidor. Este trabalho teve como objetivo, realizar uma avaliação microbiológica de ostras cultivadas no litoral de Alagoas e comparar os resultados com os padrões microbiológicos exibidos no Brasil, conforme a resolução da ANVISA RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001. As ostras foram provenientes de quatro locais de produção, submetidas a quatro tempos de depuração (12, 24, 36 e 48 horas) em sistema fechado de recirculação de água. Os microrganismos analisados foram: coliformes termotolerantes, estafilococos coagulase positiva, contagem total de aeróbios mesófilos e Salmonella sp. Os resultados indicaram que houve uma diminuição dos microrganismos aeróbios mesófilos para < 10 UFC/g em 12 horas de depuração. No cultivo de Coruripe, verificou-se a presença de Salmonella sp, que foi eliminada das ostras em 24 horas de depuração. A depuração de ostra se mostrou eficiente para atender os padrões microbiológicos da resolução ANVISA - RDC n° 12/2001.References
Assad, L.T., Pimenta, M.C., & Sette, I.R. (2014). A inserção de produtos de base comunitária na cadeia do Turismo: Um relato da experiência do projeto Ostras Depuradas de Alagoas – Brasil. In: UNITWIN UNESCO International Congress: Tourism and Gastronomy Heritage. Barcelona.
Barreto, N. E., de Sousa, O. V., & dos Fernandes Vieira, R. H. S. (2008). Moluscos bivalves: Organismos Bioindicadores da Qualidade Microbiológica das Águas: Uma Revisão. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 2(2), 18-31.
Brasil (2001). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 12, de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF. Seção 1.
Corrêa, A. A. (2006). Estudo sobre a dinâmica de depuração de ostras de cultivo (Crassostrea gigas) artificialmente contaminadas com Salmonella enterica sorovar Typhimurium [Dissertação de Mestrado]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina.
Corrêa, A. A., Albarnaz, J. D., Moresco, V., Poli, C. R., Teixeira, A. L., Oliveira Simões, C. M. & Monte Barardi, C. R. (2007). Depuration dynamics of oysters (Crassostrea gigas) artificially contaminated by Salmonella enterica serovar Typhimurium. Mar. Environ. Res., 63(5): 479-489.
Denton, G. R. W., & Burdon-Jones, C. (1981). Influence of temperature and salinity on the uptake, distribution and depuration of mercury, cadmium and lead by the black-lip oyster Saccostrea echinata. Marine biology, 64(3), 317-326.
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). (2016). Síntese Informativa da Maricultura 2015. Florianópolis. Acessado em 01 de fevereiro de 2017 em http://www.epagri.sc.gov.br/wp-content/uploads/2013/08/Sintese-informativa-da-maricultura-2015.pdf.
Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). (2016). The State of World Fisheries and Aquaculture, SOFIA, Fisheries and Aquaculture Department. Roma. Acessado em 01 de fevereiro de 2017 em http://www.fao.org/fishery/sofia/en
Galvão, M. S. N., Pereira, O. M., Machado, I. C., & Henrique, M. B. (2000). Aspectos reprodutivos da ostra Crassostrea brasiliana de manguezais do estuário de Cananéia, SP (25 S; 48 W). Boletim do Instituto de Pesca, 26(2), 147-162.
Lavander, H. D., Junior, L. D. O. C., Oliveira, R. L. M., Santos, L. B. G., Neto, S. R. S., Souza, A. B., & Gálvez, A. O. (2008). Diferentes métodos de indução a reprodução da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) em laboratório. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca, 33, 12-14.
Leal, D. A. G. & Franco, R. M. B. (2008). Moluscos bivalves destinados ao consumo humano como vetores de protozoários patogênicos: metodologias de detecção e normas de controle. Revista Panamericana de Infectologia , v. 10, n. 4, p. 48-57.
Lee, R., Lovatelli, A. & Ababouch, L. (2010). Depuracion de bivalvos: aspectos fundamentales y prácticos. FAO - Documento Técnico de Pesca 511. Roma, 153p.
Liang, L. N., He, B., Jiang, G. B., Chen, D. Y., & Yao, Z. W. (2004). Evaluation of mollusks as biomonitors to investigate heavy metal contaminations along the Chinese Bohai Sea. Science of the Total Environment, 324(1), 105-113.
Lima, M. D. A., Soares, M. D. O., Paiva, C. C., Osório, F. M., Porfírio, A. F., & Cascon, H. M. (2009). Osmorregulação em moluscos: o caso do bivalve estuarino tropical Anomalocardia brasiliana (Mollusca: Bivalvia). Conexões-Ciência e Tecnologia, 3(1), 79-84.
Love, D. C., Lovelace, G. L., & Sobsey, M. D. (2010). Removal of Escherichia coli, Enterococcus fecalis, coliphage MS2, poliovirus, and hepatitis A virus from oysters (Crassostrea virginica) and hard shell clams (Mercinaria mercinaria) by depuration. International journal of food microbiology, 143(3), 211-217.
Martinez, O., Rodríguez-Calleja, J. M., Santos, J. A., Otero, A., & Garcia-Lopez, M. L. (2009). Foodborne and indicator bacteria in farmed molluscan shellfish before and after depuration. Journal of food protection, 72(7), 1443-1449.
Melo, F. P. (2014). Crescimento urbano do município do Igaci-AL e perda da qualidade de vida. Periódico Técnico e Científico Cidades Verdes, 2(3).
Newell, R. I. (2004). Ecosystem influences of natural and cultivated populations of suspension-feeding bivalve molluscs: a review. Journal of Shellfish Research, 23(1), 51-62.
Nonô, R.G.B. (2010). Cultivo de Ostras em Alagoas. Maceió, SEBRAE/AL.
Obodai, E. A., Nyarko, H. D., & Amponsah, S. L. (2010). Effect of depuration on microbial content of mangrove oyster (Crassostrea Tulipa) From Benya Lagoon, Ghana. Ethiopian Journal of Environmental Studies and Management, 3(2).
Oliveira, J., Cunha, A., Castilho, F., Romalde, J. L., & Pereira, M. J. (2011). Microbial contamination and purification of bivalve shellfish: Crucial aspects in monitoring and future perspectives–A mini-review. Food Control, 22(6), 805-816.
Pruzzo, C., Gallo, G., & Canesi, L. (2005). Persistence of vibrios in marine bivalves: the role of interactions with haemolymph components. Environmental Microbiology , v. 7, n. 6, p. 761– 772,
Rebouças, L. D. O. S., & Gonçalves, A. A. (2014). Uso de ozônio em sistemas de depuração de ostras visando a segurança para o consumidor. Acta of Fisheries and Aquatic Resources, 1(1), 49-90.
Sande, D., Melo, T. A., Oliveira, G. S. A., Barreto, L., Talbot, T., Boehs, G., & Andrioli, J. L. (2010). Prospecção de moluscos bivalves no estudo da poluição dos rios Cachoeira e Santana em Ilhéus, Bahia, Brasil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 47(3), 190-196.
Santos, S. S., Barreto, L. M., da Silveira, C. S., Reis, N. A., Lima, K. A., de Souza, J. D. S., & Evangelista-Barreto, N. S. (2016). Condições sanitárias de ostras produzidas e comercializadas em Taperoá, Bahia e o efeito da depuração na redução da carga microbiana. Acta of Fisheries and Aquatic Resources, 3(2), 49-60.
Silva, L. C. S. (2016). Importância das nascentes do Semiárido Alagoano no abastecimento das populações rurais difusas. Revista de Geociências do Nordeste, 2, 534-544.
Silva, N., Junqueira, V. C. A., Silveira, N. F. A., Taniwaki, M. H., Santos, R. F. S. & Gomes, R. A. R. (2010). Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. Rio de Janeiro: Varela.
Downloads
Published
Issue
Section
License
1. PROPOSTA DE POLÍTICA PARA PERIÓDICOS DE ACESSO LIVRE
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).