Memória, testemunho e representação
uma análise comparativa das obras Que bom te ver viva, de Lúcia Murat e O que é isso, companheiro? de Fernando Gabeira
Palavras-chave:
Memória; Testemunho; Ditadura; Resistência.Resumo
o intuito desta pesquisa é tentar estabelecer uma relação entre as obras Que bom te ver viva, de Lúcia Murat e O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira, no intuito de investigar como a ditadura militar, através de Atos Institucionais e violência, cerceou as liberdades individuais e coletivas e de que modo essa postura fomentou o surgimento de organizações que, por meio da luta armada, opunha-se à repressão estatal. Portanto, é interesse deste artigo verificar como a memória individual se converte em memória coletiva por intermédio do testemunho e como este é capaz de elaborar uma representação do recorte temporal entre 1968 a 1979, ao tratar da hierarquização das milícias opositoras, a organização das ações conjuntas, a participação feminina e as torturas. Para tanto, utilizaremos as duas obras que serão abordadas conforme as teorias de Nichols (2005), sobre a concepção do documentário e De Marco (2004), para analisar o romance memorialístico e o testemunho, Chartier (1989), para as representações sociais, de modo a verificar em que ponto o audiovisual e o livro convergem ou divergem.
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