MARIA LUÍSA (1933), DE LÚCIA MIGUEL PEREIRA: UMA REFLEXÃO SOBRE MULHER E LITERATURA
MARIA LUÍSA (1933), BY LÚCIA MIGUEL PEREIRA: A REFLECTION ABOUT WOMEN AND LITERATURE
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v8i16Resumo
RESUMO: Reconhecida majoritariamente por sua participação na crítica, imprensa e historiografia literárias, poucos registros e escassos trabalhos acadêmicos trazem estudos a respeito da obra ficcional de Lúcia Miguel Pereira. Escritora da primeira metade do século XX, a autora destaca-se por dar ênfase e voz a personagens femininas, sendo possível encontrar, em sua obra de ficção, uma visão bastante lúcida sobre temas como maternidade, casamento e a própria representação da mulher na Literatura. O objetivo deste trabalho é desenvolver uma análise investigativa do romance Maria Luísa (1933), atentando-se, especialmente, para a questão do estereótipo. Buscamos, portanto, o reconhecimento de uma obra pouco estudada, bem como o questionamento do cânone literário masculino, que, por muito tempo, foi marcado pela exclusão das mulheres escritoras. A partir da análise das personagens Maria Luísa e Lola, refletimos sobre a questão do estereótipo feminino, tanto na sociedade quanto na própria literatura. Para a realização deste artigo, partimos, principalmente, dos pressupostos teóricos de Constância Lima Duarte (1997), Helleith Saffioti (1987), Ana G. Macedo e Ana L. Amaral (2005), Jonathan Culler (1997) e Luís Bueno (2006).
PALAVRAS-CHAVE: Crítica Feminista. Estereótipo. Lúcia Miguel Pereira.
ABSTRACT: Mainly recognized for her participation in literary criticism, press and historiography, few academic works bring studies about the fictional work of Lúcia Miguel Pereira. Woman writer from the beginning of the twentieth century, she gave emphasis and voice to female characters, thus finding in her work of fiction a very lucid view on themes such as maternity, marriage and woman’s representation in literature. The objective of this work is to develop an investigative analysis of the novel Maria Luísa (1933), paying attention, specially to the question of stereotype. We will seek, then, the recognition of a work seldomly studied, as well as the questioning of the masculine literary canon, which, for a long time, was marked by the exclusion of women writers. From the analysis of the characters Maria Luisa and Lola, we will reflect on the subject of the female stereotype, both in society and in literature itself. For the accomplishment of the article, we mainly set out the theoretical assumptions of Constância Lima Duarte (1997), Helleith Saffioti (1987), Ana G. Macedo and Ana L. Amaral (2005), Luís Bueno (2006) and Jonathan Culler (1997).
KEYWORDS: Feminist Criticism. Lúcia Miguel Pereira. Stereotype.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Edwirgens A. R. Lopes. Reinventando a realidade: estratégias de composição da ficção de Lúcia Miguel Pereira. 2010. 220f. Tese (Departamento de Teoria Literária e Literaturas) − Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal.
AMÂNCIO, L. As assimetrias nas representações do gênero. Revista Crítica de Ciências Sociais, 34, p. 9-22, 1992.
______. Masculino e Feminino: a construção social da diferença. Porto: Edições Afrontamento, 1994.
ASHMORE, R. D.; DEL BOCA, F. K. Conceptual approaches to stereotypes and stereotyping. In Hamilton D. Cognitive processes in Stereotyping and Intergroup Behavior, Hillsdale, NJ: Erlbaum, 1981. P. 1 – 35.
ASHMORE, R. D.; DEL BOCA, F. K. Sex stereotypes and implicit personality theory: toward a cognitive-social psychological conceptualization. Sex Roles 5 (2), 1979, p. 219 - 248.
BUENO, Luís. Uma história do romance de 30. São Paulo: Edusp; Campinas: Editora Unicamp, 2006.
CÂNDIDO, Antonio; CASTELLO, José A. Presença da literatura brasileira: Modernismo, história e antologia. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1964.
CARDOSO, Patrícia da Silva. Os nomes e o nome da mulher. In: PEREIRA, Lucia Miguel. Ficção reunida. Curitiba: Editora da UFPR, 2006. p. 499-507.
CULLER, Jonathan. Sobre a desconstrução: teoria e crítica do pós-estruturalismo. Rio de Janeiro: Record; Rosa dos Tempos, 1997.
DUARTE, Constância Lima. O cânone literário e a autoria feminina. In: AGUIAR, Neuma (Org.). Gênero e ciências humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997. p. 85-94.
FETTERLEY, Judith. The Resisting Reader: A Feminist Approach to American Fiction. Bloomington Indiana University Press, 1978.
HARDING, Sandra. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. Revista Estudos Feministas, vol. I, n. 1, p.7-32, 1993.
JOB, Sandra Maria. Cânone, feminismo e literatura: relações e implicações. Revista Eletrônica Falas Breves: Literatura & Sociedade, Breves-PA, v. 2, fev. 2015. Disponível em: <http://www.falasbreves.ufpa.br/index.php/revista-falas-breves/article/view/31>. Acesso em: 17 set. 2017.
MACEDO, Ana G.; AMARAL, Ana L. Dicionário da crítica feminista. Porto: Edições Afrontamento, 2005.
MERQUIOR, José Guilherme. Breve história da literatura brasileira: de Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
MILLET, Kate. Política sexual. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1970.
MOISÉS, Massaud. Machado de Assis: ficção e utopia. São Paulo: Ed. Pensamento; Cultrix, 2001.
PEREIRA, Lúcia Miguel. As mulheres na Literatura Brasileira. In Anhembi. Ano V, número 49, vol. XVII, dezembro de 1954.
______. Ficção reunida. Curitiba: Editora da UFPR, 2006.
REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina M. Dicionário de teoria da narrativa. São Paulo: Ática, 1988.
ROCHA, Izaura Regina Azevedo. Crítica, romance e gênero: uma perspectiva convergente da obra de Lucia Miguel Pereira. 2010. 135f. Dissertação (Mestrado em Letras: Estudos Literários) − Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais.
SAFFIOTI, Helleieth. O poder do macho. São Paulo: Editora Moderna, 1987.
SAMPAIO, Newton. Uma visão literária dos anos 30. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1979.
SCHMIDT, Rita Terezinha. Descentramentos/convergências: ensaios da crítica feminista. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY-NC-ND 4.0 International, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista, desde que não seja para uso comercial e sem derivações.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.