CAROLINA DE JESUS EM O DIÁRIO DE BITITA: MEMÓRIAS EM DIÁSPORA, SOB UMA ÓTICA FEMINISTA E PÓS-COLONIAL
CAROLINA DE JESUS IN O DIÁRIO DE BITITA: MEMOIRS IN DIASPORA, UNDER A FEMINIST AND POST-COLONIAL PERSPECTIVE
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v9i19Resumo
RESUMO: Este artigo é uma análise crítica literária da obra autobiográfica O diário de Bitita, da escritora Carolina Maria de Jesus. As memórias da autora são analisadas a partir das perspectivas teóricas que tratam da memória coletiva, representadas aqui pelos estudos historiográficos de Pollak (1989), Halbwachs (2004) e Le Goff (2013), bem como pelo feminismo pós-colonial, principalmente alguns artigos constantes na coleção Genealogias críticas de la colonialidad en América Latina, África, Oriente (2016), organizada por Karina Bidaseca. Ambas as teorias são utilizadas na interpretação da obra de forma a evidenciar o lugar de resistência histórica que essas memórias instauram e o caráter coletivo e emancipador das memórias da autora, em face ao seu pertencimento a diferentes categorias oprimidas.
PALAVRAS-CHAVE: Memória(s). Mulher. Negra. Resistência.
ABSTRACT: This paper is a critical literary analysis of the autobiographical text O diário de Bitita, written by Carolina Maria de Jesus. The writer’s memoirs are analyzed from the theoretical perspectives about collective memory, represented by the historiographical studies Pollak (1989), Halbwachs (2004) and Le Goff (2013), as well as from the postcolonial feminism, mainly some articles presented in Genealogias críticas de la colonialidad en América Latina, África, Oriente (2016), organized by Karina Bidaseca. Both theories are used in the interpretation of the text in order to emphasize not only the place of historical resistance that these memoirs represent but also the collective and emancipatory feature of the author’s memoirs, given her belonging to different oppressed categories.
KEYWRODS: Memoir(s). Woman. Black. Resistance.
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