MITO E AUTOFICÇÃO: A DEFESA DE NARCISO
MYTH AND AUTOFICTION: NARCISSUS DEFENSE
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v10i20Resumo
RESUMO: Busca-se investigar a intersecção entre o mito de Narciso e a autoficção, neologismo cunhado pelo escritor francês Serge Doubrovsky, em 1977. Argumenta-se que, a partir do excesso que marca Narciso em sua origem, bem como a questão da exagerada importância dada à imagem de si no mito em questão, esses aspectos embasaram, no campo da psicologia, a ideia do “narcisista”. Especialmente na psicanálise, a história de Narciso foi explorada por Freud (1974) como condição psicológica. No que tange à literatura, no campo das escritas de si, a autoficção se destaca no discurso crítico sobre o eu, seja elogiada como uma nova forma de romance, seja denunciada como signo da autocomplacência de um eu que não vê nada além dele mesmo e da sua necessidade de escrever sobre isso. “Umbiguista”, “narcisista”, a crítica literária não poupou adjetivos à autoficção. Nem Doubrovsky, considerado “pai” desse dispositivo, saiu ileso dos julgamentos. Objetiva-se analisar o porquê da autoficção e de seus praticantes serem considerados “narcisistas”. Para tanto, as contribuições de teóricos como Doubrovsky, Jacques Lecarme, Vincent Colonna e Philippe Vilain serão basilares para uma compreensão em torno da autoficção.
PALAVRAS-CHAVE: Autoficção. Narciso. Doubrovsky. Ética. Narcisismo.
ABSTRACT: The aim is to investigate the intersection between Narcissus myth and autofiction, neologism coined by the french writer Serge Doubrovsky, in 1977. It is argued that from the excess that marks Narcissus in its origin, as well as the question of the exaggerated importance given in the image of themselves in the myth in question, these aspects underpinned, in the field of psychology, the idea of the “narcissist”. Especially in psychoanalysis, the story of Narcissus was explored by Freud (1974) as a psychological condition. With regard to literature, in the field of self-writing, autofiction stands out in the critical discourse about the self, whether it is praised as a new form of romance, or denounced as a sign of the self-indulgence of a self that sees nothing but itself and your need to write about it. “Umbiguist”, “narcissistic”, literary criticism spared no adjectives for autofiction. Even Doubrovsky, considered the “father” of this device, was unharmed of the trials. The objective is to analyze why autofiction and its practitioners are considered “narcissistic”. To this end, the contributions of theorists such as Doubrovsky, Jacques Lecarme, Vincent Colonna, and Philippe Vilain will underpin an understanding of autofiction.
KEYWORDS: Autofiction. Narcissus. Doubrovsky. Ethic. Narcissism.
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