POLÍTICAS PÚBLICO-LINGUÍSTICAS EM PUBLICIDADE SOBRE VIH-SIDA PARA O CONTEXTO “RURAL” ANGOLANO
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v10i22Resumo
A avaliação da utilização das línguas nacionais nas diversas esferas da sociedade angolana aponta para um grande afastamento, silenciamento, marginalização dos falantes dessas línguas promovendo a exclusão linguístico-social, o que influencia no alto índice de expansão do VIH-SIDA nas áreas rurais. O aumento de seropositivos no território nacional, principalmente em áreas em que os indivíduos falam a língua nacional e as propagandas publicitárias da doença são feitas na/em língua portuguesa, favorece uma franja da sociedade em detrimento da outra. O artigo objetiva analisar a relevância de políticas públicas e linguísticas voltadas à utilização das línguas nacionais nas propagandas publicitárias sobre a prevenção do VIH-SIDA em Angola. O estudo está ancorado em revisão bibliográfica, tendo foco em relatórios sobre a doença, políticas públicas e linguísticas embasado nas perspectivas teóricas de PENC-VIH-SIDA (2006), PENR/ITS-VIH/SIDA 2015 – 2018 (2014), Teixeira (2002); Gianezini, Barretto et al. (2017); Bernardo (2018), (2019), Severo, Sitoe et al. (2014), Severo, Makoni (2015), entre outros. Da análise evidenciou-se que a diversidade linguística angolana exige a adopção de propagandas publicitárias e educação sexual para as áreas fronteiriças e rurais em línguas nacionais, visto que a tradução de uma língua para a outra anula elementos linguístico-culturais e ideológicos que reverberam uma comuindade.
Palavras-chave: VIH-SIDA. Políticas Públicas. Políticas Linguísticas. Exclusão.
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