Todes elus
uma análise sociolinguística sobre o emprego do gênero neutro no Twitter
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v14i31.p39-55Palavras-chave:
Gênero neutro. Marcação de gênero. Variação linguística. Comunidades de prática.Resumo
Este estudo busca investigar o emprego do gênero neutro no português (marca -e e pronomes neutros) sob a ótica teórica-metodológica da Teoria da Variação (LABOV, 2008 [1972]; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]), com foco nas Comunidades de prática (ECKERT; MCCONNELL-GINET, 1992a, 1992b). Para a observação dessa variante, foi realizada a coleta de 3.446 ocorrências de pronomes, adjetivos e substantivos presentes em tuítes de três sujeitos, usuários da rede social Twitter, durante o segundo semestre de 2020. Como critério de seleção, consideraram-se tuítes que continham pronomes, adjetivos e substantivos cujo referente era humano (traço [+sexuado]), nos quais a distinção de gênero ocorria por flexão. Foram contempladas as variáveis previsoras Participante, Classe Morfossintática, Item Lexical, Tópico do tuíte e a referência desempenhada pela marcação de gênero (genérica ou específica). Adicionalmente, buscou-se controlar a existência ou não de reflexão metalinguística nos tuítes constitutivos da amostra. O tratamento estatístico foi conduzido por meio do software R, através da interface RStudio. Como resultados, constatou-se que nenhum item lexical favorece o emprego da variante neutra, mas a classe morfossintática de Adjetivo, os tópicos de Identidade e Relacionamento afetivo, bem como a referência genérica performada pela marcação de gênero atuam como condicionadores do emprego do gênero neutro.
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