Educação: beco ou praça? Relações com a saúde em tempos de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.29276/redapeci.2020.20.314592.46-59Resumo
O presente artigo discute questões epistemológicas da educação e da saúde, inextricavelmente ligadas em tempos de pandemia. Ambas dependem de relações multidisciplinares, interdisciplinares, transdisciplinares e intra disciplinares, que se aplicam às práticas educacionais e de saúde. O paradigma da complexidade é uma resposta à busca por conhecimento e fundamentação das práticas, ao mesmo tempo que descortinam os desafios dos currículos e da formação profissional. O contexto destes temas epistemológicos envolve o declínio da legitimidade da ciência, no conjunto da deslegitimação da ordem social, as pressões políticas e a atuação com frequência maldosa de novas tecnologias da informação e comunicação, ao difundirem inverdades e veicularem em massa informações suscetíveis confundir a população. Também neste contexto se insere o avanço do Estado-Empresa, que favorece o antipolítico, despolitiza a política e molda o Estado segundo princípios empresariais, como a eficiência, a produtividade e a utilidade. Com isso, a epistemologia se situa em círculos concêntricos, cada vez mais amplos, que não se resumem a diálogos entre especialidades, mas estão profundamente arraigados em estruturas sócio-histórico-políticas.