O que o caso paradigmático do “sangue Yanomami” tem a dizer sobre o processo formativo do investigador social

Autores

  • Gerciane Maria da Costa Oliveira Universidade Federal Rural do Semi-Árido
  • Mayara Magalhães Martins

DOI:

https://doi.org/10.29276/redapeci.2017.17.037099.122-128

Resumo

O presente artigo visa discutir sobre a dimensão ética no processo de formação do pesquisador em antropologia tomando como foco o caso emblemático do “sangue dos Yanomami”. A luta da comunidade indígena pelo resgate das amostras de sangue retiradas em prol de um estudo biogenético realizado por pesquisadores estadunidenses põe em debate os limites do fazer científico frente a cosmologia particular desses povos. A situação paradigmática pinta com cores fortes dilemas que circundam o fazer etnográfico no que tange a relação dos envolvidos na pesquisa social. De uma forma geral, as investigações em ciências sociais pressupõem contatos diretos, mais próximos, experiências que deverão inevitavelmente afetar os sujeitos que as realizam. Como promover uma reflexão dos formandos sobre as implicações morais no campo das investigações nas ciências sociais? Tal questionamento tem levantado um debate sobre a utilização de procedimentos e protocolos éticos adotados no trabalho de campo que se encaminha para a elaboração de diretrizes e normatizações cada vez mais atentas as condições contemporâneas da pesquisa.  

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Biografia do Autor

Gerciane Maria da Costa Oliveira, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2015) , Mestre em Sociologia pela mesma instituição (2010), atualmente é professora adjunto do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas (CCSAH) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). Membro permanente do corpo docente do Mestrado Acadêmico em Cognição, Tecnologia e Instituições (UFERSA) e membro colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS/UECE

Mayara Magalhães Martins

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2007), mestrado em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (2010) e doutorado em Sociologia pelo mesmo programa, concluído em 2016. É membro integrante do Núcleo de Pesquisas sobre Sexualidade, Gênero e Subjetividade (NUSS) e pesquisadora/aluna do Grupo Psicanálise e Ciências Sociais na mesma Universidade.

 

Referências

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Publicado

2017-12-19