LITERATURA E HISTÓRIA EM A CASA DAS SETE MULHERES, DE LETICIA WIERZCHOWSKI
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v33n1.p101-112Resumo
O romance “A casa das sete mulheres” foi publicado em 2002 pela gaúcha Letícia Wierzchowski (1972) e tem em seu pano de fundo importante episódio da história do Rio Grande do Sul: a Revolução Farroupilha (1835-1845). Enquanto poderosos homens do Rio Grande do Sul como Bento Gonçalves tentam se esquivar de taxas alfandegárias abusivas impostas pelo império, sete mulheres da família de Bento, que são Manuela, D. Ana, Caetana, Rosário, Maria Manuela, Mariana e Rosário, se encontram numa estância, enquanto esperam por seus maridos, filhos, irmãos e escrevem suas participações à margem da guerra, com seus anseios, sonhos e particularidades. O que a literatura traz de diferente para o conhecimento de mundo não é a visão de um dos lados que combateram na guerra, mas sim o lado que ficou de fora, sem participação direta: as mulheres. Essa atitude por parte das mulheres escritoras em ressaltar o olhar feminino na literatura provém das últimas décadas do século XX, com o movimento da Crítica Feminista, aliada a um novo olhar dos historiadores sobre o discurso literário.
Palavras-chave: Mulheres na Literatura. Literatura e História. A Casa das Sete Mulheres. Letícia Wierzchowski.
Downloads
Referências
BENJAMIN, Walter. Teses sobre o conceito de história. In: Obras escolhidas, vol. 1, Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 222-232.
BRANDÃO, Ruth Silviano. Literatura e Psicanálise. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, l996.
ESTEVES, Antonio Roberto. O romance histórico brasileiro. São Paulo: UNESP, 2010.
LUKÁCS, György. La novela histórica. Tradução Jasmim Reuter. 3. ed. México: Era, 1977.
GONÇALVES, Márcio Edimir. Liberais sim, mas sobretudo republicanos: A ideologia dos Farrapos Através do periódico “O Povo”. Departamento de História da Universidade Federal do Paraná: Curitiba, 2007. Disponível em: <http://www.historia.ufpr.br/monografias/2007/2_sem_2007/marcio_edimir_goncalves.pdf>. Acesso em 15 jul. 2015.
MÁRQUEZ RODRÍGUEZ, Alexis. Historia y ficción en la novela venezolana. Caracas: Monte Ávila, 1991.
MENTON, Seymour. La nueva novela histórica de la América Latina, 1949-1992. México: FCE, 1993.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. A Revolução Farroupilha. Boletim Gaúcho de Geografia, p. 101-102, n. 13, ago. 1985. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/bgg/article/view/37804/24388>. Acesso em 15 jul. 2015.
TROUCHE, André. América: História e Ficção. Niterói: Eduff, 2006.
SHOWALTER, Elaine. A literature of their own: British Women Novelists from Brontë to Lessing. Princeton: Princeton University Press, 1977.
ZOLIN, Lúcia Osana. Crítica Feminista. In: BONNICI, Thomas; e ZOLIN, Lúcia Osana. (Org.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem, 2005, p. 211-237.
WIERZCHOWSKI, Leticia. A casa das sete mulheres. 13. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.