A IMPUNIDADE DOS FEMINICÍDIOS NO MÉXICO E NA ARGENTINA
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v35n1.p109-123Palavras-chave:
Literatura latino-americana, 2666, Chicas muertasResumo
Este artigo tem como meta comparar a representação dos feminicídios no romance 2666 (2004), de Roberto Bolaño, que retrata diversos crimes impunes praticados contra mulheres em Ciudad Juárez, no México, e em Chicas muertas (2014), de Selva Almada, que resgata investigações sobre execuções de mulheres nas quais não houve a punição dos culpados no interior da Argentina. Metodologicamente, adotamos uma abordagem de análise a partir das teóricas feministas latino-americanas, valendo-nos de conceitos como “feminicídio”, de Marcela Lagarde (2004, 2006, 2008), “violência sistêmica”, de Rita Segato (2013), “colonialidade de gênero”, apontado por Maria Lugones (2008, 2014), e “tipologias do feminicídio”, de Julia Fragoso (2010). Como resultado, destacamos a possibilidade de que, ao atravessar as fronteiras literárias, Bolaño e Almada nos proporcionam uma representação da impunidade do feminicídio que desnuda a perversidade misógina desse crime.
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