Maternidade entre culturas em As alegrias da Maternidade, de Buchi Emecheta
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v38n1.p179-191Palavras-chave:
Literatura Anglófona Contemporânea, Gênero, ColonialidadesResumo
Em Feminism with a small f (1988), Buchi Emecheta aponta para um fenômeno interessante: o trânsito, o movimento entre/através de culturas. De uma pequena comunidade rural Ibo para uma Lagos Iorubá, fortemente modelada por valores coloniais britânicos, a protagonista do romance As Alegrias da Maternidade, Nnu-Egu tem roubada de si a rede de apoio, construída na e através da estruturação poligâmica de sua cultura original. Como resultado desse deslocamento, a personagem é reposicionada numa rede simbólica capitalista, machista e individualista, que a impede de existir de forma confortável no mundo. Seu deslocamento culmina, assim, em sua transformação, de anafêmea, no primeiro contexto, cujo corpo é regido por normas culturais pré-coloniais, como define Oyèrónké Oyéwùmí (1997), em mulher, cujo corpo é atravessado pela lógica colonial capitalista. Seu movimento afeta, sobretudo, sua maternidade, vivida enquanto condição indispensável à existência.
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