(De)colonialidade em Troia
uma leitura de Luiza Romão
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v38n1.p99-113Palavras-chave:
Literatura, memória e história, Literatura contemporânea brasileira, Mulher e literatura, Poesia latino-americana contemporânea, Guerra de TroiaResumo
Como se inaugura a colonialidade? Essa é uma pergunta que perpassa o exercício poético de Luiza Romão em Também guardamos pedras aqui (2021). Neste artigo, elaboramos uma análise centrada em alguns poemas que problematizam o modelo de homem, herói e mulher materializado na literatura clássica greco-romana, observando como a poeta fratura essas ideias e propõe um novo ângulo de entendimento sobre acontecimentos e personagens chave relacionados à Guerra de Troia. Para nortear as considerações críticas, algumas teóricas como Thula Pires (2020), Heloisa Buarque de Holanda (2020) e Geni Núñez (2021) nos serviram de apoio. Desse modo, evidenciamos o projeto de desconstrução de Romão, que tanto alimenta a tradição a respeito da literatura clássica, quanto contesta sua presença hegemônica na educação ocidental, além de atualizá-la a partir da violência cotidiana da contemporaneidade.
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