Direito à cidade

as memórias do Recife em contos de Clarice Lispector

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47250/forident.v39n2.p115-125

Palavras-chave:

Jusliteratura. Estética da recepção. Direito e Literatura.

Resumo

As nuances da cidade reverberaram tanto no agir social de Clarice Lispector quanto em sua produção literária, sobretudo nos denominados “contos de memória” (Gotlib, 1995, p. 81), como as narrativas “Cem anos de perdão” e “Felicidade clandestina”, ambas publicadas no livro Felicidade clandestina (1971). Delas, é possível extrair representações da cidade do Recife durante meados do século XX, bem como da Infância simples da escritora-cidadã. Destarte, o presente trabalho visa relacionar os contos citados com o conceito de “direito à cidade”, proposto por Henri Lefebvre. Para tanto, adotar-se-á a estética da recepção e uma mediação jusliterária, com o objetivo de compreender como as narrativas de memória de Clarice percebem a crise do espaço urbano tradicional e de que modo se vinculam com os anseios de novas formas sociais de construção da cidade em conexão com a arte. A metodologia utilizada é a qualitativa de caráter fenomenológico, ancorada na pesquisa bibliográfica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Mendonça Lisboa Carvalho, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Mestranda do PRODIR/UFS. Membra do grupo Direito, Arte e Literatura (CNPq/UFS).

Miriam Coutinho de Faria Alves, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Doutora em Direito. Professora Adjunta do Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Pesquisadora-Líder do Grupo de Pesquisa Direito, Arte e Literatura CNPq/UFS.

Referências

ALVES, Geórgia Priscila. O retrato do Recife de Clarice Lispector.Dissertação (Mestrado em Teoria da Literatura) – Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 165p. 2017.

BRITTO, Carlos Ayres. O humanismo como categoria constitucional. 2ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012.

CALVO GONZÁLEZ, José. Direito curvo. Tradução de André Karam Trindade, Luis Rosenfield e Dino del Pino. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.

DIAS, Manoel Coracy Saboia; CARVALHO, Ana Carolina Couto Lima de. A hermenêutica constitucional de Peter Häberle revisitada. Revista de Argumentação e Hermenêutica Jurídica. Brasília, v. 2, n. 1, p. 171-186. Jan/Jun. 2016. E-ISSN: 2526-0103. DOI: https://doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0103/2016.v2i1.902. DOI: https://doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0103/2016.v2i1.902

DWORKIN, Ronald. Uma questão de princípio.São Paulo: Martins Fontes, 2001.

EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma Introdução. Tradução de Waltensir Dutra [revisão da tradução de João Azenha Jr]. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

FROTA, Henrique Botelho. O direito à cidade: desafios para a construção da utopia por uma vida transformada. In: SOUSA JÚNIOR et al. (organizadores). O Direito achado na rua: Introdução crítica ao Direito Urbanístico. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2019. DOI: https://doi.org/10.26512/9788523009304.c14

GOTLIB, Nádia Battella. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Ática S.A., 1995.

GUIMARÃES, Aquiles Côrtes. Para uma teoria fenomenológica do Direito II. In: Fenomenologia e Direito. Cadernos da Escola da Magistratura Federal da 2ª Região, Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.1-132, abr./set.2010. Disponível em: https://emarfrevista.trf2.jus.br/index.php/fenomenologiaedireito/issue/view/17/17. Acesso em: 16 jun. 2024.

HARVEY, David. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Tradução de Jerferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

ISER, Wolfgang. O ato da leitura. Tradução de Johannes Kretschemer. São Paulo: Editora 34, 1996.

ISER, Wolfgang. O jogo do texto. In: LIMA, Luiz Costa (Coordenação e Tradução). A Literatura e o leitor: textos da estética da recepção. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária.Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática S.A., 1994.

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Tradução: Cristina C. Oliveira. Itapevi: Nebli, 2016.

LEMOS, Eduardo Xavier. Comentário ao texto: “Os conflitos urbanos no Recife: o caso do Skylab”, de Boaventura de Sousa Santos. In: SOUSA JÚNIOR et al. (organizadores). O Direito achado na rua: Introdução crítica ao Direito Urbanístico. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2019. DOI: https://doi.org/10.26512/9788523009304.c2

LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998a.

LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998b.

LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

MIRANDA, Jorge. A Constituição de 1988: uma Constituição de esperança. In: AGRA, Walber de M.; BONAVIDES, Paulo; MIRANDA, Jorge. Comentários à Constituição Federal de 1988. Rio de Janeiro: Forense, 2009. E-book.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Os conflitos urbanos no Recife: o caso do Skylab. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 11, mai. 1983.

SILVA, Joana Aguiar e. A prática judiciária entre Direito e Literatura. Coimbra: Almendina, 2001.

SOUZA, Ana Aparecida Arguelho de. O humanismo em Clarice Lispector: um estudo do ser social em A hora da estrela. São Paulo: Musa Editora; Dourados: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, 2006.

STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica jurídica em crise. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999.

ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção. São Paulo: Ática S.A., 1989.

Publicado

2024-08-12

Como Citar

CARVALHO, Mariana Mendonça Lisboa; ALVES, Miriam Coutinho de Faria. Direito à cidade: as memórias do Recife em contos de Clarice Lispector. Revista Fórum Identidades, Itabaiana-SE, v. 39, n. 2, p. 115–125, 2024. DOI: 10.47250/forident.v39n2.p115-125. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/forumidentidades/article/view/v39n2p115. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Seção Livre