Prudêncio e a pedagogia da escravidão nas Memórias póstumas
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v39n2.p139-150Palavras-chave:
Machado de Assis. Violência. Prudêncio.Resumo
Não está vencido ainda o debate sobre Machado de Assis e a escravidão. Pretende-se demonstrar, por meio da análise dos capítulos “O menino é o pai do homem” e “O vergalho” das Memórias Póstumas de Brás Cubas que o autor carioca denuncia a violência do sistema servil. Guia a reflexão o apoio bibliográfico sobre o papel da família e da religião na formação de crianças aplicação às relações entre Brás Cubas e Prudêncio que, em momentos (infância e maturidade) e em ambientes (casa e praça pública) diferentes, aprendem e reforçam a pedagogia da violência (abençoada pela religião), na reprodução de tensões entre o ser e o parecer (público e privado). Contrariamente ao que a crítica admitiu por muito tempo, Machado repele a escravidão e a violência dela na organização e no controle daquela sociedade.
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