CLARICE LISPECTOR E A POÉTICA DO VIVENDO
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v32i1.12870Resumo
A partir de uma declaração de Clarice Lispector, nos anos 1960, sobre a literatura ser uma experiência em modo gerúndio (‘vida vivendo’), propomos uma análise de sua escritura que concentre os efeitos estéticos do texto literário como prolongamento do corpo autoral. Para isso, focamos o romance Um Sopro de Vida (1978), retomando leituras de Olga de Sá (1993; 2004) e a reconstituição biográfica de Benjamin Moser (2009), também ampliando as possibilidades de interpretação por um viés teopoético, com base no conceito de Orgé, do alemão Rudolph Otto (2007), haja vista a relação do texto clariceano com as manifestações do divino.
PALAVRAS-CHAVE: Poética literária. Teopoética. Clarice Lispector.
Downloads
Referências
BECKETT, S. O Inominável. São Paulo: Globo, 2009.
LISPECTOR, C. Água viva. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.
______. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco
______. Um Sopro de Vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
LUKÁCS, G. A teoria do romance. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades, 2009.
MELLO, M. A. B. O Tempo nos romances de Clarice Lispector: a eternidade versus a identidade. Travessia, n. 14, jun. 1987, p. 125-135.
MENDONÇA, F. de. A Modernidade em diálogo: o fluir das artes em Água Viva. Recife: Ed. UFPE, 2011.
MOSER, B. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
OTTO, R. O sagrado: os aspectos irracionais na noção do divino e sua relação com o racional. Petrópolis: Vozes, 2007.
RICOEUR, P. Tempo e narrativa – Tomo 3, Campinas: Papirus, 1997.
SÁ, O. de. A escritura de Clarice Lispector. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
______. Clarice Lispector: a travessia do oposto. 3. ed. São Paulo: Annablume, 2004.
SCHLEIERMACHER, F. Sobre a religião: discursos a seus menosprezadores eruditos. São Paulo: Novo Século, 2000.
SCHÜLLER, A. Dicionário enciclopédico de teologia. Canoas: Ed. ULBRA, 2002.