A TRÍADE FEMININA
Resumo
instigada pela presença significativa da tríade de personagens femininas, nos textos de Lygia Fagundes Telles, pesquisei a simbologia do número três para melhor entender esse recurso narrativo empregado pela autora. O Dicionário de Símbolos afirma que o três é um número fundamental universalmente; para os chineses, ele é a expressão da totalidade, enquanto os cristãos o consideram a perfeição da unidade divina, sendo Deus um em três pessoas. O fato me chamou a atenção, inicialmente em Ciranda de Pedra (1954), a propósito das três irmãs, sendo reapresentado em As meninas (1973), com as três amigas moradoras de um pensionato de freiras. Em 1995, Lygia retoma a tríade feminina no conto “Dolly”, do livro A noite escura e mais eu. São sempre três personagens bem diferentes entre si, mas que juntas se completam, apontando para uma provável unidade. Não é à toa que a Adelaide do conto citado se deixa modificar sob a influência de Dolly.