O OUTRO E O ESPELHO EM “AS HORAS NUAS”: UMA ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO SUBJETIVA DE ROSA E(M) ANANTA

Resumo

Este trabalho tem por fito, a partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa, precipuamente as noções de sujeito e discurso de Michel Pêcheux, conjugados às concepções dialógico-polifônicas de Mikhail Bakhtin acerca de linguagem, literatura e sujeito, analisar a discursividade produzida pelo atravessamento singular da enunciação policialesca da narrativa de Ananta Medrado nas memórias de Rosa Ambrósio. Ressaltando que os enredos funcionaram enquanto espelhos que refletem “versos e inversos”, e que a subjetividade é sempre produzida na relação com outro, evidenciaram-se Ananta e sua história como o outro e o espelho que refletiam e projetavam o lugar em cujo ínterim Rosa aspirava estar,com efeitouma imagemde busca e de validação sujeitudinal.