MORTE, VIOLÊNCIA E DEVASTAÇÃO EM O PESO DO PÁSSARO MORTO, DE ALINE BEI
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v36i1.p53-67Palavras-chave:
Violência, Crítica Feminista, PsicanáliseResumo
O aclamado romance inaugural de Aline Bei, O peso do pássaro morto (2017), nos catapulta, abrupta e poeticamente, para a vida e as perdas de uma mulher dos seus 08 aos 52 anos. Por essa história, penso na escrita feminina (BRANCO, 2004), aportando-me na crítica feminista e de base psicanalítica, para cotejar uma provocação em torno do conceito de Devastação a partir de Lacan (1972/2008) e Marie-Helène Brousse (2004), e existência desvitalizada em Kristeva (1989), para discutir os significantes da morte, do estupro e da violência enquanto marcas constitutivas da personagem central, que tensionam o feminino por meio da destruição e ruína.
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