Cosmopoéticas amefricanas
o poço das marianas de Eliane Marques
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v42i1.p149-163Palavras-chave:
Literatura afro-americana. Poesia. Amefricanidade. Pretagogia.Resumo
As literaturas negras surgem no presente século como possibilidades para nos ajudar a criar outras perspectivas de mundos e imaginários que foram excluídos e ignorados ao longo da história da literatura das Américas e de outros continentes. A partir da categoria político-cultural de amefricanidade, definida por Lélia Gonzalez, e do conceito de pretagogia de Sandra Petit, eu discuto no presente artigo as fronteiras líricas apresentadas pela poeta amefricana Eliane Marques na obra o poço das marianas, crucial para caracterizar a cosmopoética amefricana da autora e as camadas de leituras possíveis da obra em processos emancipadores de educação antirracista.
Downloads
Referências
ALVES-BRITO, Alan. Oríkì Òrìṣà: canção e poesia oral iorubana no Brasil. Organon, Porto Alegre, v. 38, n. 75, 2023a, p. 1-21.
ALVES-BRITO, Alan. Cosmopolíticas da tradução: a potência epistêmica das literaturas negras e Indígenas. Organon, Porto Alegre, v. 38, n. 75, 2023b, p. 1-22.
ALVES-BRITO, Alan; MACEDO, José Rivair. A história da ciência e a educação científica pelas perspectivas ameríndia e amefricana. Revista Brasileira de História da Ciência, v. 15, n.2, 2022, p. 400-417.
BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Lei Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Brasília, DF, n. 8, p. 1, 2003.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SECAD/ME, 2004.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Brasília, DF, 2008.
EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.
FERDINAND, Malcom. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: Ebu Editora, 2022.
FREITAS, Henrique. O Arco e a Arkhé: ensaios sobre literatura e cultura. Salvador: Editora Ogum’s Toques Negros, 2016.
GILROY, Paul. O atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34, 2012.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, Intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
MARQUES, Eliana. o poço das marianas. Porto Alegre: Àpres Coup – Escola de Poesia, 2021.
MIRANDA, Fernanda R. Silêncio prescritos: estudos de romances de autoras negras brasileiras (1859-2006). Rio de Janeiro: Malê, 2019.
MUNANGA, Kabengele. Negritude, Usos e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
PETINELLI Susane. Mulheres na literatura latino-americana: o Invisível também tem cor. Organon, Porto Alegre, v. 37, n. 74, 2022, p. 246-262.
NASCIMENTO, Gabril. Racismo linguístico. Belo Horizonte: Letramento, 2019.
NASCIMENTO DOS SANTOS, Daiana; PEREIRA, Édimo de Almeida. Memória da escravidão na sociedade e na cultura brasileiras: a poesia afro-brasileira de Solano Trindade e Adão Ventura. Verbo de Minas, v. 21, 2020, p. 342-362.
PETIT, Sandra H. Pretagogia: Pertencimento, Corpo-Dança Afroancestral e Tradição Oral Contribuições do Legado Africano para a Implementação da Lei no 10.639/03. Fortaleza: EdUECE, 2015.
RAMOS, Liliam. Literaturas da Améfrica Ladina: um percurso pelas literaturas de autoria negra latino-americana. Herança, v. 5, 2022, p. 119-140.
SANTOS, Maria Stella de Azevedo. Meu tempo é agora. Salvador: Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, 2010.
SANTOS, Ynaê Lopes. História da África e do Brasil afrodescendente. Rio de Janeiro, Pallas, 2017.
SANTOS, Josinaldo Oliveira; ASSUNÇÃO, Crislane da Conceição Alves. Negritude na poesia afrouruguaia de Virginia Brindes de Salas. Revista Ininga, v. 7, n. 2, 2020, p. 149-165.
SILVA, Mário Augusto Medeiros. da A descoberta do Insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2020). São Paulo: Edições SESC, 2023.
