Neca
a resistência pelo deboche e pela opacidade
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v42i1.p37-49Palavras-chave:
Literatura transvestigênere. Estéticas de autoria feminina. Poética da opacidade. Deboche.Resumo
A Literatura Transvestigênere conjura o trabalho de uma escrita encarnada como território estético e político que fissura a língua na qual a palavra está mancomunada com a reprodução de nossa Ininteligibilidade. Nesse aspecto, o presente trabalho voltou-se para o conto “Neca”, de Amara Moira, observando como, ao conjurar o pajubá e o deboche para contar nossas histórias desde nós mesmas, Amara Moira opera uma poética da opacidade que cria o estranhamento que faz pensar, que nos desloca para outros mecanismos de significação para além da Inteligibilidade. Para tanto, acionamos as reflexões propostas por Jota Mombaça, Leda Maria Martins, Monique Wittig, Linn da Quebrada e Edouard Glissant.
Downloads
Referências
GLISSANT, Édouard. Poética da relação. Tradução: Marcela Vieira e Eduardo Jorge de Oliveira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021, 254p.
LEAL, Abigail Campos. Ex/orbitâncias: os caminhos da deserção de gênero. São Paulo: GLAC Edições, 2021. 216p.
LIMA, Carlos Henrique L. Linguagens pajubeyras: re(ex)sistência cultural e subversão da heteronormatividade. Salvador: Devires, 2017. 236p.
MARTINS, Leda. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021. 256p.
MOIRA, Amara. Live Neca – Amara Moira e Marcelino Freire. O sexo das palavras projetos editoriais, 21 jun. 2021a, vídeo (1h08min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EjsijO9inJo&t=953s. Acesso em: 24 maio 2024.
MOIRA, Amara. Neca + 20 poemetos travessos. Uberlândia: O sexo da palavra, 2021b. 64p.
MOIRA, Amara. As línguas do Brasil – mesa com Amara Moira, Julie Dorrico e Geovani Martins [dia Internacional da língua portuguesa]. Museu da língua portuguesa, 05 maio 2021c, 1 vídeo (1h15min) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Knz-NA5JMtw&t=3311s. Acesso em: 25 maio 2024.
MOMBAÇA, Jota. Facas para uma travessia. [entrevista concedida ao] Grupo de pesquisa e extensão África nas Artes (CAHL/UFRB). Conferência Ecos do Atlântico Sul, Salvador/BA, 24 abr. 2018, 5 vídeos (média de 06min por vídeo). Disponível em: https://www.youtube.com/playlist?list=PLDROBbUuWit1u1fbJWK63_NGEfD_2ZPav. Acesso em: 08 maio 2024.
MOMBAÇA, Jota. Não vão nos matar agora. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021. 144p.
PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2017. 64p.
PRADA, Monique. Putafeminismo. São Paulo: Veneta, 2018. 108p.
QUEBRADA, Linn da. Utilizo muito a palavra como feitiço. [Entrevista concedida a] G.G Albuquerque. Revista Continente, edição 250, Recife, 01 out 2021. Disponível em: https://revistacontinente.com.br/edicoes/250/rutilizo-muito-a-palavra-como-feiticor. Acesso em: 09 maio 2024.
SONTAG, Susan. Notas sobre o camp. In: Contra a Interpretação e outros ensaios. Tradução: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 346-367.
WITTIG, Monique. O pensamento hétero e outros ensaios. Tradução: Maíra Mendes Galvão. Belo Horizonte: Autêntica, 2022. 141p.