A possibilidade da carta pessoal como indício de estética autoficcional
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v43i1.p103-116Palavras-chave:
Autoficção. Pacto de leitura. Carta pessoal. Engajamento.Resumo
O presente trabalho observa a carta pessoal como uma forma específica de estabelecimento de pacto de leitura, feito com um leitor-ideal particular. Se as mídias atuais permitem que biografemas sejam reconhecíveis pelo leitor, em épocas passadas o estabelecimento de um pacto ambíguo dependia de escritas de si, como a carta pessoal e o diário íntimo. Tomam-se como exemplos de estabelecimento de pactos de leitura particulares algumas cartas de Katherine Mansfield, Clarice Lispector e, com menos ênfase, Sylvia Plath. Mansfield e Plath também recorrem ao diário como possibilidade de pactos futuros. O pacto de leitura que se estabelece nas cartas, já como projeção da obra literária, procura Indicar modos de reconhecimento da ancoragem autobiográfica. Já o diário feito para ser lido projeta um leitor-ideal futuro. A estética autoficcional é marcada pelo engajamento como desvelamento do autor.
Submissão: 12 jun. 2025 ⊶ Aceite: 26 set. 2025
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor W. Posição do narrador no romance contemporâneo. In: Notas de literatura I. Tradução de Jorge M. B. de Almeida. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2003.
ALBERCA, Manuel. El pacto ambiguo: de la novela autobiográfica a la autoficción. Madrid: Biblioteca Nueva, 2007.
COLONNA, Vincent. L’autofiction, essai sur la fictionalisation de soi en littérature. In: Linguistique. Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS), 1989. Français. Disponível em: https://theses.hal.science/tel-00006609. Acesso em: 11 jun. 2025.
COLONNA, Vincent. Tipologia da autoficção. In: NORONHA, Jovita Maria G. (Org.) Ensaios sobre a autoficção. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico. In: NORONHA, Jovita Maria G. (Org.) O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Tradução de Jovita Maria G. Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
LEJEUNE, Philippe; COLONNA, Vincent. Autoficção em cinco atos. In: NORONHA, Jovita Maria G. (Org.) Ensaios sobre a autoficção. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
LISPECTOR, Clarice. Correspondências. Organização de Teresa Monteiro. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2015.
MANSFIELD, Katherine. Algumas cartas e páginas do diário. In: Íbis. Literatura & Arte. Disponível em: http://ibisliteraturaearte.com/revista/edicao_1/algumas-cartas-e-paginas-do-diario. Acesso em: 11 jun. 2025.
PLATH, Sylvia. Os diários de Sylvia Plath. 1950-1962. Tradução de Celso Nogueira. São Paulo: Globo, 2004.
SABINO, Fernando; LISPECTOR, Clarice. Cartas perto do coração: Dois jovens escritores unidos pelo mistério da criação. 8ª ed., Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2011.
SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Tradução de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Cia. das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.
SEARLE, John R. O estatuto lógico do discurso ficcional. In: SEARLE, John R. Expressão e significado: estudos da teoria dos atos de fala. Tradução de Ana Cecília G. A. de Camargo e Ana Luíza Marcondes Garcia. 2ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Interdisciplinar - Revista de Estudos em Língua e Literatura

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.















