Entre os mortos, recolher a escrita
processos criativos e escrita de mulheres
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v43i1.p117-130Palavras-chave:
Processos Criativos. Escrita de Mulheres. Literatura Latino-Americana e Brasileira.Resumo
A presente discussão enseja contribuir com algumas reflexões em torno da escrita de mulheres, sobretudo latino-americanas e brasileiras, a partir das práticas de comunalidade, necroescrita e de desapropriação enquanto elementos constituintes dos processos de criação de suas obras e tensionamento do cânone. Da necessidade Insistente de seguir e “desencastelar a autoria” – marcadamente branca, cisheteronormativa, masculina – penso que é preciso retomar a força do “substrato comunitário de toda escrita”, como teoriza Cristina Rivera Garza (2024), para articular esse substrato à escrita de mulheres que, como palimpsestos, se tece nesse espaço onde há “pequenas zonas da realidade que só nós podemos nomear.” (Montero, 2024). Numa articulação que restitua à literatura como possibilidade, mesmo que longínqua, de nos levar pela mão para longe da Indolência e da confirmação do estado das coisas, partiremos de uma costura-reflexiva entre várias escritoras que se debruçaram a pensar a escrita como uma prática do ser-em-comum no século XXI.
Submissão: 10 jun. 2025 ⊶ Aceite: 30 set. 2025
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