A PERSPECTIVA HISTÓRICA E POLÍTICA DO TOTALITARISMO EM HANNAH ARENDT
Lillya Rhanna
Universidade Federal de Sergipe - UFS
Resumo
O presente artigo pretende analisar a dupla abordagem metodológica de Hannah Arendt acerca do totalitarismo. Em Origens do totalitarismo, especificamente a III parte da obra, Arendt apresenta duas perspectivas do totalitarismo, uma histórica e outra política, essa abordagem é justificada pela autora, para ela, a concepção da tradição, do pensamento político tradicional, compreendia o totalitarismo como mais uma forma de governo exageradamente autoritário. Essa visão, representa para Arendt, um preconceito face à política, este preconceito, tem início no julgamento e condenação de Sócrates, marcando a postura inicial do filósofo para com a política, sob a qual, está presente em todo o fio condutor da tradição. Ao analisar essa dupla abordagem, encontramos a crítica que Arendt tece à tradição e sua compreensão que o totalitarismo é uma forma inédita de governo e que promove a suspensão da política e a aniquilação de indivíduos. Partindo da metodologia hermenêutica, este artigo pretende traçar a compreensão de Arendt sobre esse fenômeno político, destacando a maneira pela qual ela orienta seus pensamentos e escritos é, em parte, influenciado pela atividade de compreensão outra pela tradição hermenêutica. Assim, a obra Origens do totalitarismo, é o ponto de partida deste artigo, bem como a tese de doutorado de Lucas Barreto: Os métodos de Hannah Arendt [manuscrito]: uma moldura a partir da fenomenologia, da filosofia da existência e da hermenêutica. Para tanto, este artigo pretende sustentar a ideia de que ao analisar o regime totalitário, Arendt possui uma concepção fenomenológica e hermenêutica de metodologia.