JACQUES DERRIDA E MAURICE BLANCHOT UMA AMIZADE FILOSÓFICA

Davi Andrade Pimentel

UFRJ


Resumo

Resumo: A partir do texto “Maurice Blanchot est mort” [“Maurice Blanchot está morto”], presente no livro Parages [Paragens], de Jacques Derrida, pretende-se analisar os constituintes filosóficos e afetivos que serviram de base para a composição de uma amizade que excede o simples pacto intelectual entre Derrida e Blanchot. Nessa perspectiva, intenta-se também pontuar os movimentos afirmativos e negativos desta amizade, considerando que, após a morte de Blanchot, Derrida opera um movimento, digamos, de inversão negativa em relação ao amigo que se contrapõe ao movimento afirmativo dos livros derridianos que lhe foram dedicados, como: Demeure: Maurice Blanchot [Morada: Maurice Blanchot] e Parages15. 2 Se, por um lado, em Adeus a Emmanuel Levinas, Derrida nos apresenta uma homenagem à obra levinasiana de modo distanciado e imparcial; por outro lado, em relação a Blanchot, ainda que haja uma homenagem à obra blanchotiana, constata-se um modo demasiadamente aproximativo, magoado e, por vezes, colérico, que faz com que compreendamos que o trabalho de luto derridiano mal tinha se iniciado. “Maurice Blanchot est mort”, escrito poucos dias depois da perda do amigo, deixa entrever como a amizade e o pensamento filosófico podem dar origem a uma escrita teórico-filosófica que desvela a dor, a partida, o sentimento de solidão e o afeto que, quer se queira ou não, são deixados de lado em escritos de tal envergadura filosófica.
Palavras-chave: Jacques Derrida; Maurice Blanchot; Amizade; Filosofia.

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