SOBRE O RACISMO DE DAVID HUME

Marcos Ribeiro Balieiro

DFL-UFS


Resumo

Resumo: Em nota de rodapé acrescentada, a partir de 1753, ao ensaio “Of National Characters”, Hume faz considerações inegavelmente racistas, segundo as quais povos não-brancos seriam naturalmente inferiores aos brancos. Como se sabe, a última edição dessa nota seria revisada de modo a tratar como inferiores somente os negros, e não outras “raças” mencionadas no ensaio. Neste artigo, propõe-se uma avaliação do racismo de Hume que leve em conta o contexto em que essas afirmações se inserem, mostrando que não é possível tomar as posições do filósofo escocês como simples resultado de seu tempo. Em seguida, realizam-se algumas considerações sobre o impacto da “nota de rodapé infame” para o próprio pensamento moral e político do
filósofo (que parece relegar os negros frequentemente ao papel de menos que humanos, ou, ao menos, a “outros”, aos quais talvez Hume talvez considerasse que suas teses sobre a natureza humana não se aplicariam), bem como para autores que teriam sido influenciados por ele. Para isso, recorre-se não apenas a textos do próprio Hume e à bibliografia secundária relevante, mas a outros autores do período, tanto para mostrar o impacto das teses racistas do filósofo quanto para mostrar casos em que elas foram rebatidas por seus contemporâneos.
Palavras-chave: Hume; Racismo; Raça; Negros; Iluminismo escocês

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