REFLEXÕES SOBRE O RACISMO: Uma análise sartriana acerca do ensaio Orfeu Negro
Milena Oliveira Pires
UEMA (Universidade Estadual do Maranhão)
Resumo
Esse artigo visa expor a partir do ensaio filosófico nomeado como Orfeu Negro (1948) do filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), reflexões acerca do racismo, sobretudo através do conceito de négritude – ampliando a discussão ao que cerne a identidade de si através do outro. Historicamente, a cultura branca se sobrepôs à cultura negra, tendo como resultado a estrutura social excludente. Ainda se tratando desse processo, a violência contra o negro é multiplicada, pois é preciso que ele reafirme sua cultura em meio às outras existentes. Desse modo, é salutar mencionar as três dimensões que a négritude integra, são elas: i) política – relacionada a luta pela independência dos povos colonizados tido como inferiores; (ii) ideológica – ligada ao meio para se alcançar a conscientização racial; (iii) cultural – dada como fator importante no que diz respeito a valorização da cultura advinda e propagada dos negros. A menção, não cabendo numa imersão, limita-se a última dimensão, pois o ensaio refere-se a literatura – em especial –, a poesia negra como ato revolucionário, resultando em um processo radical, pois através dela se pode dizer o indizível. Dito isso, o negro toma consciência de si e se reconhece como ser autêntico por meio da subjetividade mediante a objetividade expressa pelo olhar do outro; a linguagem, então, possui valor intrínseco, já que a partir dela há manifestação – inclusive –, da múltipla faceta identitária. Por fim, visamos elucidar sua importância enquanto expressão simbólica.
Palavras-chave: Racismo; Negritude; Poesia Negra; Revolução.