CONSIDERAÇÕES ACERCA DO ALINHAMENTO ENTRE A OBRA HAMLET, DE WILLIAM SHAKESPEARE, E O RACIONALISMO CARTESIANO
João Roberto Marques Cordeiro
Resumo
A obra Hamlet, de William Shakespeare, filosoficamente, apresenta um alinhamento com o racionalismo cartesiano e com o existencialismo. O conflito referente ao famigerado solilóquio do “ser ou não ser” é alicerçado sobre dois pilares, o da existência – no tocante à dual possibilidade da eterna existência do ser e a extinção do existir com a morte no plano material; e o da acessibilidade à verdade – referente à possibilidade de se chegar à conclusão racional acerca da existência ou inexistência da vida após a morte, bem como a possibilidade de reivindicação dessa assertividade acerca da verdade. Descartes traz a verdade como um problema filosófico, enquanto que Shakespeare, em Hamlet, traz um dilema filosófico existencial acerca da verdade. A verdade importa e, para o protagonista, no referido solilóquio, o conhecimento acerca desta verdade representa um elemento determinante para a decisão do personagem acerca do seu futuro. Aqui a verdade não é banalizada, negligenciada ou mesmo relativizada, a ela é dado destaque e importância central, ao ponto de a ignorância acerca desta determinar um desvio na rota outrora planejada pelo protagonista da trama. Destarte, a presente comunicação visa a exposição de resultados de pesquisa referentes ao alinhamento da referida obra com o racionalismo cartesiano.