PRÁTICAS DISCURSIVAS DE PAUTAS FEMINISTAS COMPARAÇÕES COM BASE NA INTERSECCIONALIDADE E NA DICOTOMIA DE ESFERA PÚBLICA E PRIVADA ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS

Flávia Ávila

DRI - UFS


Resumo

Esse trabalho procura demonstrar, em breves palavras, o objeto de projeto de estudos pós doutorais a ser realizado entre 2019 e 2020 com a supervisão de Margaret Griesse. Como propõe Griesse (2017), a realidade vivenciada por mulheres em diferentes meios se traduz em pautas feministas responsáveis pelo avanço dos Direitos Humanos que se propagam em diferentes formas de interação social e reivindicação de direitos. Ao se comparar discursivamente como estão sendo trabalhadas as pautas feministas de mobilizações sociais entre Brasil e Estados Unidos, com base no aporte metodológico da análise discursiva de Fraser (1989) e da rede político-comunicativa de Alvares (2014), e com utilização de instrumentos de aferição, será possível verificar: as diferenças e semelhanças que apresentam, bem como os avanços ocasionados nos Direitos Humanos em razão das críticas levantadas pelas teorias feministas compiladas por Edwards (2011) das múltiplas faces interseccionais propostas por Crenshaw (1998) e Collins e Bilge (2016), e de novas abordagens das esferas pública e privada identificadas por Griesse (2017) no que diz respeito a estas pautas. Tendo como base o estudo de Edwards (2011), enunciam-se quatro principais críticas aos Direitos Humanos, quais sejam: a) Ausência das mulheres e de suas vozes; b) Direitos Humanos como direitos masculinos; c) Dicotomia entre a esfera pública e a privada; e d) Estereótipo feminino. O problema de pesquisa pode ser assim sumarizado: no âmbito de ampliação e desenvolvimento dos Direitos Humanos, o discurso empreendido pelas mobilizações sociais sobre direito das mulheres, em razão da interseccionalidade e novas abordagens sobre dicotomia entre esfera pública e privada, são responsáveis pelo avanço dos direitos humanos no entendimento do que é humano e de sua proteção? A resposta ao mesmo implicará, após o levantamento quantitativo da formação e utilização dos discursos, na criação de um instrumento a ser aplicado perante representantes e integrantes dessas mobilizações nos dois países. A partir daí também será feita uma comparação entre os resultados obtidos entre os dois países, para fins de levantamento quantitativo de dados e produção de análises concernentes. Assim, constata-se a relevância da pesquisa nos novos enfoques sobre Direitos Humanos que abordagens feministas podem proporcionar, ampliando seu escopo.

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