Crise do existencialismo francês enquanto crise da filosofia burguesa: sua incompatibilidade com o marxismo

Marcos Sávio Santos Aguiar

PPGF-UFS


Resumo

A obra de Georg Lukács, intitulada Existencialismo ou Marxismo?, coloca, no âmbito da filosofia, o grande combate que se desenrola entre, de um lado, o chamado “terceiro caminho” representado pelo existencialismo e, do outro lado, o materialismo dialético, deixando evidente o choque de duas orientações do pensamento, isto é, o pensamento de esquerda (a dialética materialista) e o pensamento da direita, o existencialismo. Mas Sartre, na obra Questão de Método, mostra-se contrário à Lukács, ao considerar não apenas que o marxismo é a insuperável filosofia do nosso tempo, como também julga a ideologia existencialista como um terreno encravado no próprio marxismo, ao oferecer ao marxismo uma abordagem da realidade irredutível ao saber (o acontecimento), que o marxismo não poderia fazê-lo por este estar ocupado em interpretar a história. Deleuze, por sua vez, questiona o existencialismo sartreano, se este teria mesmo condições de abordar o acontecimento, já que sua herança fenomenológica o colocaria como filosofia da profundidade, e como tal não poderia fazer valer as emissões de superfície que evocam o acontecimento.
Palavras-chave: Marxismo, Existencialismo, História, Acontecimento, Superfície.

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