COMO LER FILMES HOJE? O UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO MARVEL (OS VINGADORES): CIRCULAÇÃO E REATUALIZAÇÃO DOS DISCURSOS

Maria Emília De Rodat De Aguiar Barreto Barros

(DLEV / PPGL / PPGCOM)


Resumo

A análise do discurso midiático, ancorada na Arquegenealogia foucaultiana, constitui um dos focos de nossas pesquisas. A apresentação ora proposta, com resultados parciais de estágio pós-doutoral (PPGEdu/UFPE, 2019), analisa discursivamente “Os Vingadores: The Avengers (2012)”, com base no estudo da Mídia Cinematográfica, enquanto dispositivo de poder (DELEUZE, 1996); da Arquegenealogia (FOUCAULT, 1997a, 1997b, 2010, 2011, 2012; GREGOLIN, 2016); do mito (BARTHES, 2007). Observamos as relações de poder/saber, poder/verdade, poder/subjetivação, por meio das quais é construída uma “história do presente”, como um acontecimento que tensiona a memória e o esquecimento. Ainda no que concerne à análise, examinamos seis sequências enunciativas, levando em conta que o enunciado se inscreve no campo da memória, sob a forma de qualquer registro (FOUCAULT, 1997). Tentamos igualmente responder às seguintes perguntas norteadoras da análise: quais discursos atravessam os personagens/enunciadores na trama? Qual o papel dos discursos circulados no UCM para a criação do imaginário dos sujeitos, em sua relação consigo, com os outros? Qual a relação entre a mídia cinematográfica e a ‘história do presente’? Constatamos, então, a ampla circulação de discursos políticos, religiosos, pedagógicos; a reatualização dos super-heróis, dos mitos, o empoderamento da mulher, na medida em que há uma ação “contra” a violência, a morte, objetivando-se alcançar a paz; discursos circulados na ordem do dia. Além disso, há uma grande divulgação não só do poder dos Estados Unidos, enquanto nação responsável pela paz universal, mas também do modo de vida estadunidense, inspirando os espectadores do mundo a pensarem nesse modo como um modelo, com o consequente processo de homogeneização da história do presente, em relação a múltiplos povos e culturas. A partir das referidas análises, lançamos um olhar sobre ‘como ler filmes hoje’ (FOUCAULT, [1978] 2012), no intuito de tal perspectiva chegar às escolas.

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