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Publicado
2022-12-01
Seção
Resumos
Licença
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
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Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
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O MAL COMO QUESTÃO FILOSÓFICA: UM PERCURSO INVESTIGATIVO
Prof. Dr. Antônio Pereira
DFL-PPGF-UFS
Prof. Dr. Cicero Bezerra
DFL-PPGF-UFS
Prof. Dr. Evaldo Becker
DFL-PPGF-UFS
Prof. Dr. Evaniel Brás
DFL-PPGF-UFS
Resumo
O problema da origem do mal é uma questão que perfaz a filosofia, desde os gregos até a contemporaneidade. Associado, em princípio, à irreflexão ou à ignorância, o mal assumiu, no entanto, aspectos metafísicos e morais que exigiram respostas sempre instigantes. O diálogo da filosofia com a teologia, em particular, cristã, radicalizou a relação entre o postulado de uma ordem boa e divina (Deus) e a existência, no mundo, do mal. Agostinho de Hipona, Escoto Eriúgena, Tomás de Aquino, dentre outros, são pensadores que recorrendo à tradição grega, notadamente Platão, Plotino e Proclo, se debruçaram, com afinco, em busca de soluções teóricas capazes de justificar a criação divina em sua natureza essencialmente boa. Na modernidade algumas transformações ocorreram na compreensão da origem do mal que redirecionaram o olhar para o campo dos valores. Para nossas exposições nos centraremos na obra de Jean-Jacques Rousseau sobretudo na Profissão de fé do vigário saboiano, texto que integra o livro IV do Emílio. Nesse texto, o filósofo genebrino desloca a busca pela origem do mal moral da perspectiva teológica, tranformando-a em uma questão eminentemente ética e política. Finalmente, na literatura será abordada a hipótese de que o mal metafísico ou natural, no caso da obra de Machado de Assis, parece ser um problema que não se resolve, ele apenas muda de endereço, e ora permeia exteriormente a vida social e política, como vemos, por exemplo, no conto Pai conta Mãe, que trata das condições da escravidão no Brasil; ora o mal se instala nas profundezas da alma sob a forma de um “demônio interior”, que, visto sob o ângulo sexual, não raro, veste a capa do perverso, do vampiro, do voyer ou do sádico (como se pode ver em contos como a Causa secreta e D. Paula.) Em suma, as três facetas do mal (natural, social e moral) estão interligadas na obra de Machado e seus textos enfatizam às vezes um, às vezes outro aspecto, sempre de modo ambíguo, sedutor e sutil. Nesse sentido, essa mesa temática tem como proposta realizar um caminho hermenêutico sobre a questão do mal tendo na Grécia suas fontes, no medievo seus leitos, na modernidade seus mergulhos e na literatura de Machado de Assis seus desagues.
