TÓPICOS SOBRE EROS NA FILOSOFIA DE PLATÃO
Tiago do Rosário Silva
UFPB-UFPE-UFRN.
Resumo
A inserção de Diotima no discurso de Sócrates é cirúrgica, a partir da qual se aprofunda todo um debate um acerca do amor. Seu ponto de partida é o questionamento da necessidade de oposição entre belo e feio, por meio da pergunta: que não sendo belo, αἰσχρὸς ἄρα ὁ Ἔρως ἐστὶ καὶ κακός “é então feio e mau o amor?” (Banquete, 201e). Esta questão é fulcral para toda a primeira parte de discurso de Diotima, de onde se inferirá apontamentos acerca da natureza de eros, o que nos leva a investigar os sentidos pelos quais eros pode ser entendido no contexto de seu ensinamento a Sócrates. Para tanto, nosso trabalho visa investigar os temas relacionados a esta pesquisa socrática proposta no Banquete, que faz o filósofo desistir de competir com seus antecessores, e produzir um discurso outro; na verdade, um discurso mediado pela boca de Diotima. A pergunta central é “amor é amor de algo ou de nada”, de onde se extrai a necessidade de que sejam avaliados temas como o do desejo e, posteriormente sabedoria, fortemente ligados ao problema de Eros na filosofia de Platão. De tal maneira, uma investigação acerca do desejo remete a um outro ponto elementar, as noções de eromenos e erastes, abordadas no contexto das relações amorosas.