‘SATZ’ COMO ‘BILD’ E ‘SATZ’ COMO ‘MAßSTAB’: O DESENVOLVIMENTO DE UMA METÁFORA

Marcos Silva

PPGF-UFS/ UFPE


Resumo

Uma característica que torna a língua alemã filosoficamente atraente é a impressão comum de que, nela, parece haver uma palavra para cada nuance de sentido. Podemos observar, contudo, que muitas noções centrais para a Filosofia de Wittgenstein são palavras alemãs vagas ou ambíguas: como ‘Satz’, ‘Bild’, ‘Deutung’, ‘Spiel’, ‘Maßstab’ etc. Esta contribuição defenderá que esta polissemia pode ser também filosoficamente relevante. Para tanto, vamos tomar como exemplo a evolução da metáfora de réguas (Maßstäbe). Esta foi apresentada marginalmente no Tractatus (1918) para ilustrar como determinamos o sentido de proposições (significativas). A partir de 1929, após alguns problemas lógicos acerca do estatuto da necessidade e da exclusão em alguns domínios linguísticos (como na atribuição de cores a pontos visuais e de graus a qualidades empíricas), a metáfora de réguas toma gradualmente a centralidade da discussão. Nesta palestra, investigaremos, dentre outras coisas, como e por que esta metáfora motivou a emergência das discussões de normatividade na Filosofia de Wittgenstein no começo da década de 1930. Isto pode ser explicado porque réguas (Maßstäbe) não são só instrumentos de medida, mas também são objetos de referência. 'Maßstäbe', em alemão corrente, significa, muitas vezes, critérios ou regras, largamente convencionais, pelos quais outras coisas são avaliadas.

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