DITADOS POPULARES E ENSINO DE FILOSOFIA: RECRIANDO UMA CONTRAHISTÓRIA MARGINALIZADA DAS FILOSOFIAS HELENÍSTICAS A PARTIR DE MICHEL ONFRAY
Gabriel Kafure da Rocha
Resumo
A presente comunicação pretende relatar a experiência de debates em sala de aula a respeito da temática das filosofias helenísticas, tais como o epicurismo, estoicismo, cinismo e ceticismo. A princípio, a ideia dos debates era fazer com que os estudantes exercitassem sua capacidade de relação entre sabedorias populares e os princípios éticos das escolas helenísticas.
Esse experimento por demasiadas vezes se utilizava de imagens decodificadas como quebracabeças interpretativos. Além disso, levados pelo espírito da competitividade um ou outro estudante costumava se destacar ao desafiar os outros grupos a explicar um ditado mais inusitado por meio das escolas cínicas, estóicas, céticas e epicuristas. Após essa experiência, para uma análise individual, os estudantes deveriam dizer qual foi a melhor interpretação de ditados, ou então criar uma nova interpretação parafraseando os mesmos numa espécie de desconstrução conceitual. Nesse ponto, após anos de uma insistência repetitiva dessa atividade, o experimento começou a ter um êxito maior na capacidade de resposta dos estudantes. Diante desse tema, faremos uma contraposição com leituras de Michel Onfray de como há uma contrahistória da filosofia que foi marginalizada nessa época marcada pela transposição da cultura pelo imperialismo de Alexandre, o Grande.