O ENSINO DE FILOSOFIA COMO FACILITADOR DO ENSINO DE LITERATURA: UM ESTUDO DE CASO NO SERTÃO DOS INHAMUNS

Carlos Getúlio de Freitas Maia

IFCE


Resumo

O ensino de filosofia abre um leque de possibilidades quando aplicado aos outros saberes. No caso da literatura, observamos a potencialização de seu entendimento e formação de conexões na esteira do ensino de história de filosofia, seus campos e veredas e, por mim, a sempre presente ligação entre pensamento e sensação, percebido aqui na dupla perspectiva dos estudos literários e da estética filosófica e filosofia da arte. Nosso relato surge da experiência em um curso de Letras: Português-Inglês, o que mobilizou a filosofia clássica, o empirismo britânico, a psicanálise e a teoria crítica, entre outras formas de fazer filosofia, como teorias e historiografias das ideias sobre o artístico, o belo, o sublime, a indústria cultural e as teorias do inconsciente como formas possíveis de atravessar o fenômeno literário no que ele tem de histórico, individual, filosófico e estético. Sem deixar de passar ao largo de grandes e importantes territórios da filosofia e nomes da literatura, nosso pressuposto de trabalho a ser, aqui, relatado, é de que ao promovermos o ensino, ainda que panorâmico, de história da filosofia e seus conceitos mais tradicionais, conseguimos agenciar o acesso às condições filosóficas do cânone literário de modo mais natural e mais prenhe de possibilidades, apropriações e inferências. Cabe, certamente, relatar as inúmeras dificuldades e transitoriedades, como a frequente ausência de filosofia nos quadros curriculares escolares, visto o entendimento de certas linhas de gestão política que não se interessam pelo ensino de filosofia e ciências do espírito, sem deixar de mencionar, as dificuldades que a filosofia, quando presente nos currículos, ainda enfrenta no que diz respeito à formação inicial e continuada de professores, os materiais, técnicas de ensino e planejamento e, ainda, a efemeridade da filosofia e mesmo da literatura em relações de trabalho quase sempre exploratórias com a classe recebida em sala de aula, seu acesso aos bens culturais o sucedâneo pessoal e psíquico das desigualdades sociais e econômicas que ainda desafiam a massificação com qualidade do ensino de filosofia. Assim, nosso relato é um caso oferecido ao estudo interessado em abrir terceiras margens possíveis diante das impossibilidades colocadas nesse devir-filosofia.

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Biografia do Autor

Carlos Getúlio de Freitas Maia, IFCE

Professor efetivo do Instituto Federal do Ceará (IFCE)