A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE MULHER BRASILEIRA E A VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Resumo
Após presenciar a apresentação de um trabalho, seguido de discussão, acerca do feminismo e as contribuições da filosofa Simone de Beauvoir em uma turma de 3° ano do Ensino Médio, ficou nítida a necessidade de trabalhar em sala de aula a violência de gênero, sobretudo no contexto brasileiro, para que os adolescentes, jovens, e também adultos, consigam identificar desde os atos extremos até as micro violências que, em diversos momentos passam despercebidas por serem culturalmente aceitas. E não somente para identificação, mas para o rompimento de tais práticas, possibilitando, através da abordagem do tema, o acesso as ferramentas de combate, quais os meios legais aos quais recorrer etc. A partir disto, foi elaborada uma sequência didática com as seguintes etapas/abordagens: O nascimento do conceito de mulher brasileira; A inserção da mulher negra no Brasil Colônia; Violência contra a mulher na sociedade brasileira; Mulheres que fizeram história; A primeira etapa tem como objetivo principal destacar, através do documento histórico de Pero Vaz de Caminha encaminhado a Cabral, como se deu o nascimento da mulher brasileira e as diversas problemáticas encontradas no olhar do colonizador aos corpos indígenas, em destaque o corpo tido como feminino. Já a segunda etapa, tida como uma continuação da construção conceitual do que é ser mulher brasileira, irá abranger a pluralidade que há em tal construção, portanto, abordará a inserção da mulher negra por meio do tráfico humano, e após isto, tratar os 3 lugares a elas destinados como estruturou a filósofa Lélia Gonzalez. A terceira etapa contara com uma breve linha do tempo formada por dados históricos, a exemplo as leis brasileiras já estabelecidas nas quais reforçava a violência contra a mulher tal como a morte por adultério, para pontuar que o domínio sob o corpo da mulher não se findou com o período colonial e estão presentes nos mínimos atos, e também quais foram as leis, fruto de lutas sociais, criadas para o combate à violência. Por último, e não menos importante, a quarta etapa será a responsável por trabalhar diversas figuras femininas históricas como Xica Manicongo, a primeira travesti brasileira não indígena, com a finalidade de romper com o apagamento das contribuições e luta das mulheres na história do Brasil. Portanto, a apresentação da sequência didática tem como objetivo principal expor aos colegas, futuros educadores, novas estratégias de como trabalhar com os alunos um tema que, além de estar dentro da proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é também um dever a partir do momento em que o profissional tem a tarefa de contribuir para a formação cidadã e humana de seus alunos, visando então a expansão do conhecimento do que é violência contra mulher, no sentido mais plural da palavra, e que não deve ser normalizado, muito menos propagado.
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