RELAÇÕES DIALÓGICAS E NOVAS TECNOLOGIAS: DIÁLOGO E ALTERIDADE TRANSFORMANDO A AULA DE FILOSOFIA

José Antônio Ferreira da Silva

PROF-FILO IFPE


Resumo

Este artigo apresenta um relato de experiência sobre uma intervenção pedagógica, pensada a partir das aulas do Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO UFPE), que buscou explorar estratégias inovadoras nas aulas de Filosofia na Escola Técnica Estadual Maria Ferreira Martins da cidade de Itaíba – Pernambuco. A prática pedagógica buscou estimular o aprendizado prático e reflexivo, no qual o saber filosófico fosse mobilizado por meio de recortes da realidade em conexão com outras expressões do conhecimento. Procurou-se trabalhar os conteúdos do currículo de Filosofia fazendo uso pedagógico das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC’s), a partir de Metodologias Ativas, em especial, da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), culminando na produção de episódios de podcasts pelos alunos. Entendemos que uma pesquisa na área de Filosofia, não pode se furtar, a uma reflexão crítica sobre o uso das tecnologias em sala de aula, o que é fundamental diante do seu amplo uso, muitas vezes de forma acrítica e sem uma compreensão aprofundada de seus impactos no processo educativo; mas acreditamos, além disso, que uma pesquisa construída coletivamente deve apontar para a possibilidade da práxis, ou seja, de estabelecimento do fluxo reflexão-ação-reflexão, sendo importante, também, que se promovam práticas pedagógicas capazes de possibilitar participação ativa, construção colaborativa do conhecimento e relações mais significativas. Por consequência, por pretendemos ir além da análise do uso das TDICs, buscamos, prioritariamente, repensar os usos e práticas para a promoção de relações mais profundas no ambiente escolar a partir das novas tecnologias. Para isso, encontramos na filosofia do diálogo de Martin Buber - que tem sido amplamente explorada e aplicada em diversos campos do conhecimento, incluindo a educação, conforme podemos constatar em trabalhos importantes a exemplo dos de Araújo (2014), Parreira (2016), Santiago (2008), dentre outros - o embasamento ideal para nossos estudos, pois Buber enfatiza a importância de relações interpessoais autênticas e da construção de um diálogo genuíno como elementos essenciais para a formação humana e para a construção do conhecimento compartilhado. Para ele, o diálogo autêntico é caracterizado pela abertura ao outro, pelo respeito mútuo, pela escuta atenta e a busca de compreensão mútua. Assim, espera-se que o presente artigo possa contribuir para a reflexão sobre o papel do diálogo na humanização das relações entre os alunos; sobre práticas pedagógicas mais dinâmicas e participativas, que integrem de forma mais competente o uso das novas tecnologias nas aulas de Filosofia.

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Biografia do Autor

José Antônio Ferreira da Silva, PROF-FILO IFPE

Mestrando em Filosofia pelo PROF-FILO no IFPE campus Vitória de Santo Antão.