ENSINO DE FILOSOFIA NO EJA: UMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA

Poliana Coelho dos Santos

Cristiano Dias da Silva

IFsertao-PE


Resumo

As preocupações com os espaços educacionais, em especial as escolas, mobilizam vários personagens – professores e pesquisadores, ligados diretos e indiretamente à educação. O espaço, contrapondo ao tempo histórico, assim como a linguagem, como sistema autônomo, também foram preocupações substanciais na obra do filósofo e historiador Michel Foucault (1926 – 1924). A modalidade EJA, norteada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), busca oferecer o ensino aos indivíduos que não tiveram acesso ao Ensino Fundamental e Médio, nas idades consideradas apropriadas. Nesse sentido é essencial analisarmos alguns fatores educacionais, associados ao pensamento conceitual de poder em Michel Foucault (1926-1984). Então, o funcionamento da modalidade de ensino EJA, com seus mecanismos e diretrizes, próprios do ensino formal público, provoca, não somente, indagações filosóficas e históricas, sobre a instauração do ensino público, como também desencadeia uma discussão sobre a perspectiva filosófica da disciplina, do ponto de vista foucaultiano. Além disso, agrega-se ao processo analítico, o que Foucault (2012) chamou de “mecânica do poder”, que caracteriza uma espécie de “anatomia política”. Nesse sentido, o presente trabalho busca investigar e descrever desafios do ensino de filosofia na modalidade de Ensino de Jovens e Adultos, baseando-se no conceito de poder, em Michel Foucault. Com isso, pretendemos identificar o caráter imprescindível da filosofia nas análises de possíveis consonâncias e/ou desconformidades entre as esferas burocráticas e disciplinares, atreladas ao Estado e a EJA e as liberdades humanas, nas ações do professor e dos alunos. A metodologia utilizada é de revisão bibliográfica, analítica, descritiva, que procura expor, analisar e descrever problemas circunstanciais do ensino na EJA, articulados com algumas bases teóricas, de literaturas específicas, que tratam de alguns conceitos apresentados no decorrer do trabalho. Concluímos que as tomadas de posições teóricas e práticas ajudam a averiguar amplas variedades de contradições e modificações, relacionadas ao poder, em distintas amplitudes, em especial, relacionadas à EJA. Além disso, percebemos circunstâncias e relações que formam os complexos quadros socioeducacionais que mobilizam e exigem organizações e participações ativas dos estudantes, a partir das novas compreensões e das descobertas dos professores e dos alunos.

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