A “SERIEDADE DA EXISTÊNCIA” E A SABEDORIA DO RISO EM NIETZSCHE

Autores

  • David Angelo Oliveira Rocha PPGF-UFS

Resumo

O artigo explora a crítica à seriedade da existência apresentada por Nietzsche, analisando como essa seriedade afeta o homem moderno ao impor um quadro cultural rígido que enfraquece sua resistência e autenticidade. Nietzsche identifica a racionalidade como um projeto que cria ideais ligados ao melhoramento do homem e do mundo, mas que acaba gerando uma violência contra o próprio homem, acreditando que tudo é para seu próprio bem. Essa racionalidade sutil e perversa, com ideais vistos como valores sérios a serem alcançados, compõe o que Nietzsche chama de seriedade da existência. A imagem usada pelo filósofo para ilustrar esses homens que pensam ser felizes, mas estão cansados, passivos e sem criatividade, é a dos “últimos-homens”, apresentada no prólogo de Assim Falou Zaratustra. O problema que detectamos é o seguinte: como o homem pode superar essa seriedade da existência? Defendemos a hipótese de que é pela sabedoria do riso que o homem moderno pode superar a seriedade da existência, passando para a serenidade da existência. Essa compreensão e interpretação da vida, por um ângulo que busca encontrar prazer no absurdo e alegria dentro da atmosfera niilista, ensina o homem a rir de si mesmo e dos valores que, um dia, enfraqueciam sua vontade de potência e adormeciam sua autenticidade, libertando-o da submissão cega e da visão fixa de si mesmo e do mundo. Esse processo é o que chamamos de sabedoria do riso.

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Publicado

2025-01-29