BYUNG-CHUL HAN E O ESPÍRITO DA ESPERANÇA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Resumo
A figura do filósofo e ensaísta sul-coreano Byung-Chul Han (1959 - ) tem se destacado no cenário mundial a partir de suas obras que refletem a sociedade hodierna com sua gama complexa de problemáticas e desafios que interpelam e exigem uma análise mais acurada e perspicaz do mundo contemporâneo ou pós-moderno. A obra O espírito da esperança: contra a sociedade do medo (2023) servirá de texto base para a argumentação desta temática emblemática e desafiadora. Considerando os panoramas apocalípticos vivenciados hodiernamente, tais como, pandemia, guerras, catástrofes climatológicas, pode-se perceber nitidamente, numa perspectiva finalista, que a sociedade está colapsando. Para além do marketing capitalista do cenário apocalíptico (apocalypses sell) nas diversas literaturas é necessário compreender tanto o movimento gerador das inúmeras crises humanitárias por meio do medo, quanto seu inverso que é o fenômeno da esperança, que lança o ser humano numa experiência contrária ao medo paralisador para um futuro abrindo-lhes o olhar para o que há de vir. O espírito da esperança delineado por Byung-Chul Han apresenta-se pelo itinerário conceitual do medo, angústia e da esperança, está última delimita-se em três aspectos: esperança e ação, esperança e conhecimento, esperança como forma de via. A crítica ao primeiro tema parte do fato de que “quem espera não age”, assim desde a antiguidade que há uma contraposição entre a esperança e ação. Como fundamentação teórica para a reflexão são apresentados filósofos que ao longo da história da filosofia debruçaram-se sobre esta temática, a saber: Spinoza, Nietzsche, Camus, Bloch, Marcel, Hannah Arendt dentre outros mais. O tema da esperança associado ao conhecimento gera inicialmente a reflexão a respeito da capacidade de pensar, geradora de novos conhecimentos, perante a realidade da inteligência artificial. Por fim, o autor discorre sobre a esperança como forma de vida baseando sua análise na filosofia heideggeriana tendo no bojo conceitual o Dasein e suas nuances: angústia e medo. Numa perspectiva contrária a Heidegger a filosofia de Gabriel Marcel incita à vida autêntica que se mostra como desafio de superação do cenário apocalíptico tendo a esperança como fio condutor de toda a existência humana.
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