Sociedade das outsiders: das pedagogias de gênero da prosperidade às heterotopias pós-feministas
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v14i33.16443Palavras-chave:
Empoderamento, Gênero, Igualdade, Pós-feminismos, SubjetividadeResumo
Este artigo trata de uma possível permeabilidade entre a experiência feminista e a experiência evagélica neopetencostal. A partir de um grupo focal com jovens evangélicas, problematizamos a intersecção entre a pedagogia de gênero pulsante na teologia da prosperidade e as linhas de força de duas premissas feministas ressignificadas pela racionalidade neoliberal: a igualdade de gênero e o empoderamento feminino. Com isso, defendemos que os ditos das jovens evangélicas nos permitem sugerir a existência de uma heterotopia pós-feminista: espaços, certamente, não de pleno rompimento com a ordem do discurso de gênero neoliberal, mas que, apesar de tudo, ainda ensejam e ensaiam pequenas rachaduras que, desde o seio mesmo da normatividade, permitem a essas jovens evangélicas criarem outras possibilidades subjetivas para si mesmas.
Downloads
Referências
Aragão, M. (2021). Gênero e sexualidade nos currículos de formação em pedagogia da Universidade Federal de Sergipe. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Sergipe, Aracaju.
Balthazar, G., & Marcello, F. (2018). Feminismos para além dos feminismos: êthos crítico e transformação do pensamento. Educação em Revista, 34, 1-34, e192828. https://bit.ly/3l9eNrB
Borba, P. (2014). Virgem? Sim, é normal. Verbo da Vida, Campina Grande, 25 out. shorturl.at/tDLO1.
Black, N. (2018). Virginia Woolf as feminist. Ithaca: Cornell University Press.
Brown, W. (2015). Undoing the demos. New York: Zone Books.
Dal’igna, M. C. (2012). Grupo focal na pesquisa em educação. In: Meyer, D., & Paraíso, M. (org.). Metodologias de pesquisas pós‐críticas em educação. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
Dalla Zen, L. (2017). O lugar das experiências culturais na constituição de um ethos docente. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Elias, J. (2013). Davos woman to the rescue of global capitalism: postfeminist politics and competitiveness promotion at the World Economic Forum. International Political Sociology, 7(2), p. 152–69. https://bit.ly/3neAuJv
Fischer, R. M. (1999). Foucault e o desejável conhecimento do sujeito. Educação e Realidade, 24(1), 39-59. https://bit.ly/3DYvD5h
Fischer, R. M., & Marcello, F. (2011). Tópicos para Pensar a Pesquisa em Cinema e Educação. Educação e Realidade, 36(2), 505-519. https://bit.ly/38Td6ZG
Foucault, M. (1979). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal.
Foucault, M. (1987). As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes.
Foucault, M. (2010). Michel Foucault entrevistado por Dreyfus e Rabinow. Dreyfus, H., & Rabinow, P (org.). Michel Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Foucault, M. (2013). O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: N-1.
Frederick, M. (2015). Mediated missions: the gospel according to women. Missiology, 43(2), 121-136, 2015. https://bit.ly/2Xb9RdQ
Freitas, L. (2015). Movimento Feminista, ideologia de Gêneros e a Palavra. Verbo da Vida, Campina Grande, 4 nov.https://shorturl.at/auzAX
Freitas, S. (2016). “Saber ser homem”: a construção da masculinidade entre jovens presbiterianos. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Genz, S., & Bradon, B. (2009). Postfeminism. Edinburgh: Edinburgh University Press.
Gill, R. (2008). Culture and subjectivity in neoliberal and postfeminist times. Subjectivity, 25(1), 432–445. https://bit.ly/3DTpzep.
Louro, G. (1987). Prendas e anti-prendass. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1987.
Louro, G. (2005). Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, 19(2), 17-23. https://bit.ly/3BT1Qcf
Louro, G. (2007). Conhecer, pesquisar, escrever. Educação, Sociedade & Culturas, 25, 235-245, 2007. https://bit.ly/3yW8qgq
Louro, G. (2011). Gênero, sexualidade e educação. Petrópolis: Vozes.
Louro, G. (2013). Destemidos, bravos e solitários - a masculinidade na versão western. Bagoas - Estudos gays, 7, 172-182. https://bit.ly/3nkEHM5
Machado, M. D. (2005). Representações e relações de gênero em grupos pentecostais. Revista Estudos Feministas, 13(2), 387-396. https://bit.ly/3zZDHR0
Martins, A. P. (2016). Caminhos para o feminismo. In: Klanovicz, L., & Moreira, R (org.). Estudos de Gênero em Perspectiva. Ponta Grossa: ANPUH.
Martins, A. P. (2020). Qual feminismo? Reflexões sobre o feminismo conservador e a escrita militante de Amélia Rodrigues. Revista do Arquivo Nacional, 33(2), 95-116. https://bit.ly/3DVjXQV
Matos, M. I. (2001). Meu lar é o botequim. São Paulo: Editora Nacional.
McLaren, M. (2015). Heterotopia as a space of feminist resistance. Labrys: Estudos Feministas, 27, 1-17, 2015. https://bit.ly/2XaVINP
Pereira, N. (2013). Palavras… Se feitas de carne: Leitura feminista e crítica dos fundamentalismos. São Paulo: Católicas pelo direito de decidir.
POCAHY, F., & DORNELLES, P. (2019). Problematizando gênero e sexualidade em interlocução com educadoras/res de uma escola confessional-filantrópica. Revista Docência e Cibercultura, 3(1), 127-150. https://bit.ly/3jVKYvo
Prügl, E. (2014). Neoliberalising feminism. New Political Economy, 20(4), 614–631. https://bit.ly/3yUVtDx
Saffioti, H. (2001). Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, 16, 115-136. https://bit.ly/3tp6tYF
Salinas, V. (2021). O que é uma mulher empoderada?. Mulher Cristã. https://bit.ly/3he5XIf
Sontag, S. (2003). Diante da dor dos outros. São Paulo: Cia das Letras.
Sullivan, K., & Delaney, H. (2016). A femininity that “giveth and taketh away”: the prosperity gospel and postfeminism in the neoliberal economy. Human Relations, 27, p. 1–17. https://bit.ly/3yPWuwJ
Tadeu, T. (2002). Mapeando a [complexa] produção teórica educacional. Currículo sem Fronteiras, 2(1),5-14. https://bit.ly/3neBIV7
Teixeira, J. (2012). Da controvérsia às práticas: conjugalidade, corpo e prosperidade como razões pedagógicas na IURD. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo.
Teixeira, J. (2018). A conduta universal: governo de si e políticas de gênero na IURD. 2018. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo.
WOOLF, V. (2019). Três guinéus. Belo Horizonte: Autêntica.
Wreen, M. (2021). Selling salvation, selling success: neoliberalism and the US Prosperity Gospel. Cambridge Journal of Economics, 45(2), 1-17. https://bit.ly/3jVCDb7
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
À Revista Tempos e Espaços em Educação ficam reservados os direitos autorais pertinentes a todos os artigos nela publicados. A Revista Tempos e Espaços em Educação utiliza a licença https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY), que permite o compartilhamento do artigo com o reconhecimento da autoria.