Nara, Gal e Rita: Trajetórias, Projetos, Migrações das Mulheres do Tropicalismo
DOI:
https://doi.org/10.33662/ctp.v0i02.2740Resumo
Portadoras de carreiras e lugares sociais específicos no campo da canção brasileira, três mulheres tiveram um encontro singular no movimento Tropicalista. Movimento este, que acabou resultando no disco manifesto “Tropicália” de 1968. Mais do que identificar sexismo, machismo ou uma perspectiva masculina ou feminina neste movimento, o presente trabalho pretende investigar, neste disco, em que medida as propostas contraculturais que relativizavam o lugar das mulheres na sociedade durante a década de 1960-70 interferiram nas trajetórias, carreiras e opções estéticas de Nara Leão, Gal Costa e Rita Lee. O canto engajado, a dicção bossa nova e as retomadas da música de consumo, são elementos particulares que permeiam as relações do movimento tropicalista, mas que se concretizam na participação de cada uma das artistas de maneira singular e pode promover uma reflexão quanto às audições possíveis na forma de cantar destas mulheres, que naquela década conquistaram espaços na sociedade e concomitantemente no ambiente de trabalho da grande indústria fonográfica.
Palavras-chave: Tropicália, mulher, música