As eleições gerais do Paraguai em 2013: o que dizem os relatórios das organizações regionais e os noticiários locais
DOI:
https://doi.org/10.33662/ctp.v0i25.5710Resumo
Recebido: 01/04/2016
Aprovado: 07/04/2016
Publicado: 10/10/2016
Resumo: A ascensão de Fernando Lugo à presidência do Paraguai em 2008, pela chapa “Aliança Patriótica para a Mudança”, pode ser considerada como um marco histórico na política do país, já que historicamente, o Paraguai foi comandado por dois partidos: a Asociación Nacional Republicana, conhecido como Partido Colorado e o Partido Liberal Radical Auténtico. Inaugurando uma nova fase política, principalmente no que concerne às relações do Paraguai com a América do Sul, não tardou para que Fernando Lugo estivesse constantemente em conflito com o Senado, composto majoritariamente pelo Partido Colorado. Em 2012, após um acidente em Curuguaty envolvendo o movimento dos sem-terra, Fernando Lugo sofreu um processo de impeachment e foi retirado do poder. Essa crise política interna levou a consequências externas, com o MERCOSUL e a UNASUL suspendendo o país após considerarem o impeachment como golpe, e declarando que a suspensão acabaria somente quando ocorressem novas eleições. Dessa maneira, o Paraguai, interessado em demonstrar o cumprimento da ordem democrática nas eleições que ocorreriam em 2013, concordou em receber missões de observação de organizações regionais, como a já citada UNASUL, a Organização dos Estados Americanos e a União Europeia. O objetivo deste trabalho é ambientar o cenário político que deu origem ao impeachment e, em seguida, analisar todo seu processo eleitoral de acordo com o que foi divulgado nos relatórios apresentados pelas três organizações acima citadas, bem como os informes do Observatório de Política Exterior do Paraguai, demonstrando como cada organização reagiu à destituição de Fernando Lugo.
Palavras-Chave: monitoramento de eleições; impeachment; estabilidade democrática; democracia.