Filho da mãe! Contradições feministas da maternidade
Resumo
Compreende-se o feminismo como um campo político (FRACCARO, 2018), que surge a partir da necessidade de enfrentar uma sociedade capitalista-patriarcal-racista (SAFFIOTI, 1987). E mulheres, como uma categoria política, diversa e antagônica ao padrão homogêneo de mulher, condicionadas pelo estereótipo de gênero imbuído de fragilidade, dependentes da figura masculina. No que cabe a maternagem, pelo cuidado e doçura, delegam a ela a responsabilidade com a criação. “Filho da mãe!” é definido como expressão coloquial carregada de signos e significados, que impõe o “lugar da mulher” na sociedade, que se exacerba no atual cenário político ultraconservador. Através da categoria trabalho são expressas as contradições na leitura da maternagem, uma vez que, o dispêndio de energia gasto pelas mulheres no cuidado dos/as filhos/as e domicílios não é tratado como trabalho, dificultando o reconhecimento das múltiplas jornadas – e consequências – a que estas estão submetidas de forma exploratória e violenta.
PALAVRAS-CHAVE: Trabalho. Feminismo. Maternagem.
Downloads
Referências
ARENDT, Hanna. O que é política? Fragmentos das obras póstumas compilados por Ursula Ludz. Ber- trand Brasil, Rio de Janeiro, 2007.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo [2]; a experiência vivida. Tradução Sérgio Milliet, Lisboa, Ber- trand Editora, 2008.
BOTTOMORE, Tom (coord). Dicionário do Pensamento Marxista. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2012.
ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade e do Estado. 9.ed., Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1984.
FRACCARI, Glaucia. Os Direitos das Mulheres: feminismo e trabalho no Brasil (1917-1937). FGV Editora, São Paulo, 2018.
GARCÍA, Maria Franco. A luta pela terra sob enfoque de gênero: os lugares da diferença no Pontal do Paranapanema. Tese de doutorado. Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho, Presidente Pruden- te, 2004.
GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1975.
LEGUIZAMÓN, Sonia Alvarez. La transformación de las instituciones de reciprocidad y control, del don al capital social y de la ‘biopolítica’ a la ‘focopolítica’. Revista Venezolana de Economía y Ciencias Sociales (Caracas) Vol. 8, Nº 1, janeiro-abril, 2002.
LISBOA, Josefa. O trabalho como fundamento pedagógico para a compreensão do campo na forma- ção de professores. In: SANTOS, Marilene; VILAR, Joelma C; SANTOS, Flávia C. dos. Educação do campo: avanços, desafios e perspectivas: o Programa Escola da Terra em Sergipe. Gráfica e Editora Super Print, Itabaiana, 2018.
OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janei- ro: Zahar, 1996. p. 773).
SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade; prefácil |de| Antônio Cândido de Mello e Souza. Vozes. Petrópolis, 1976.
SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987. (Coleção polemical).
SEGATO, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. Tradução de Rose Barboza. E-cadernos CES, n.º 18, Epistemologias feministas: ao encontro da crítica radical, 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Ao submeter um artigo à revista Trapiche – Educação, Cultura & Artes e tê-lo aprovado, os autores declaram que todo o conteúdo é de sua inteira responsabilidade e autoria, inclusive imagens presentes no trabalho submetido, e concordam em ceder, sem remuneração, a esta Revista os direitos de primeira publicação e a permissão para que a Revista redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados. Os autores poderão dispor do trabalho para nova publicação, um ano após a publicação na revista Trapiche – Educação, Cultura & Artes.