PERSPECTIVAS SOBRE DIVERSIDADE LINGUÍSTICA, PLURILINGUISMO E POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO DE SABERES NA ESFERA ACADÊMICO-CIENTÍFICA
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v10i22Resumo
É urgente voltar o olhar para a diversidade linguística − especialmente no Brasil, com sua grande pluralidade linguística interna e suas relações fronteiriças − e buscar soluções para a desvalorização e o desencorajamento à diversidade e ao plurilinguismo. Para tanto, é preciso, primeiramente, que nos debrucemos sobre dois problemas basilares: nossa cultura monolíngue − baseada na construção de um mito − que é o primeiro obstáculo para a compreensão e implementação de outras línguas; e o domínio de línguas eurocêntricas, como o inglês, com seu status de língua franca global − situação que favorece ainda mais o enfraquecimento da diversidade linguística no país. Neste trabalho, partindo da hipótese de que as línguas influenciam nossa forma de pensar e que, portanto, quanto mais línguas conhecermos, mais ampla pode se tornar nossa produção de saberes, pretendo refletir sobre a importância da diversidade linguística e da criação de políticas linguísticas voltadas ao fomento do plurilinguismo, sobretudo na esfera acadêmico-científica. Para tanto, apoio-me na inter-relação entre os pressupostos teóricos da Sociolinguística, da Linguística Cognitiva, da Psicolinguística e da Linguística Aplicada.
Palavras-chave: Diversidade Linguística. Plurilinguismo. Políticas Linguísticas.
Downloads
Referências
ALA (Association for Language Awareness), 2020. Disponível em: https://www.languageawareness.org/?page_id=48. Acesso em: 15 abr. 2020.
ALMEIDA, Maria Liz B. A produção de sentidos sobre o “Brasiguayo” na mídia paraguaia: uma análise das matérias e dos comentários do jornal Última Hora. 2017. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria/RS. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/13119/DIS_PPGCOMUNICACAO_2017_ALMEIDA_MARIA.pdf?sequence=1. Acesso em 29 mar. 2020.
ALTENHOFEN, Cléo. V. Bases para uma política linguística das línguas minoritárias no Brasil. In: NICOLAIDES, Christine et al. (Org.). Política e políticas linguísticas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013.
ALTENHOFEN, Cléo.V. Política lingüística, mitos e concepções lingüísticas em áreas bilíngües de imigrantes (alemães) no Sul do Brasil. Revista internacional de lingüística iberoamericana, 2 (3), 2004.
ALTENHOFEN, Cléo V.; BROCH, Ingrid K. Fundamentos para uma “pedagogia do plurilinguismo” baseada no modelo de conscientização linguística (language awareness). V Encuentro Internacional de Investigadores de Políticas Linguísticas, p. 15-22, 2011.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico o que é, como se faz. São Paulo, Brasil, Loyola 1999.
BAGNO, Marcos. O imperialismo linguístico e a tradução capenga. In: Brasiliários.Com. Jornal do Romário. Disponível em: https://brasiliarios.com/colunas/66-marcos-bagno/925-o-imperialismo-linguistico-e-a-traducao-capenga?fbclid=IwAR1ieuOPYkxIXQOfrhi1zrRkkekyGByRNFUb6oFgUzr7Wytrra7ZU49x1dw. Acesso em 16 abr. 2020.
BORODITSKY, Lera How does our language shapes the way we think? Edge.org, 2009. Disponível em: https://www.edge.org/conversation/lera_boroditsky-how-does-our-language-shape-the-way-we-think. Acesso em: 22 mar. 2020.
BORODITSKY, Lera Lost in translation. The Wall Street Journal. New York: Dow Jones, & Company Inc., 2010.
BORODITSKY, Lera; Thibodeau, Paul H. Metaphors We Think With: The Role of Metaphor in Reasoning. PloS One, v. 6, n. 2, Fev. 2011. Disponível em: http://lera.ucsd.edu/papers/crime-metaphors.pdf. Acesso em 12 abr. 2020.
BROCH, Ingrid. Ações de promoção da pluralidade linguística em contextos escolares. 2014. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/102190/000930127.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 mar. 2020.
CALVET, Louis-Jean. Sociolinguística: Uma Introdução Crítica. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2002.
CALVET, Louis-Jean. As políticas linguísticas. Prefácio de Gilvan Müller de Oliveira. Tradução de Isabel de Oliveira Duarte, Jonas Tenfen e Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2007.
DAVIES, Winifred V. Sprachnormen in der Schule aus der Perspektive der „Critical Language Awareness “. In: PLEWNIA, Albrecht; LENZ, Alexandra N. (Org.). Variation–Normen–Identitäten. Berlin, Boston: De Gruyter, 2018.
DONOHUE, William A. The Identity Trap: The language of Genocide. Journal of Language and Social Psychology, 31, 2012, p. 13-29. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/254116598_The_Identity_Trap_The_Language_of_Genocide. Acesso em: 06 abr. 2020.
EVANS, Vyvyan; GREEN, Melanie. Cognitive Linguistics. An Introduction. New Jersey, London: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 2006.
HAMEL, Rainer E. El español en el campo de las ciencias: propuestas para una política del lenguaje. In: Hamel, Rainer E. Centro de Estudios Lingüísticos y Literarios (ed.). México: Agence Intergouvernamentale de la Francophonie, El Colegio de México, Unión Latina, 2005.
HORST, Cristiane; FORNARA, Ana E.; KRUG, Marcelo. Estratégias de manutenção e revitalização linguística no Oeste Catarinense. Porto Alegre: Instituto de Letras UFRGS, Organon, v. 32, n. 62, 2017.
IBGE. Censo Demográfico 2010. Características gerais dos indígenas. Resultados do Universo, 2012. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/95/cd_2010_indigenas_universo.pdf. Acesso em 20 mar. 2020.
JAMES, Carl; Garrett, Peter; Candlin, Christopher N. Language awareness in the classroom. New York: Routledge, 2014.
MAHER, Terezinha M. Ecos de resistência: políticas linguísticas e línguas minoritárias no Brasil. In: NICOLAIDES, Christine et al. (Orgs.). In: Política e políticas linguísticas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013.
MARSH, David; HILL, Richard. Study on the contribution of multilingualism to creativity. Final report. Brussels: European Commission, 2009.
MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, Edgardo (Org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2005.
OLIVEIRA, Gilvan M.; ALTENHOFEN, Cléo V. O in vitro e o in vivo na política da diversidade linguística do Brasil: inserção e exclusão do plurilinguismo na educação e na sociedade. In: MELLO, Heliana; ALTENHOFEN, Cléo V; RASO, Tommaso. (orgs.). In: Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, p. 187-216.
SAVEDRA, Mônica M. G.; LAGARES, Xóan C. Política e planificação linguística: conceitos, terminologias e intervenções no Brasil. Gragoatá, v. 17, n. 32, 2012. Disponível em: http://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33029. Acesso em: 22 mar. 2020.
TATIÁN, Diego. La lengua del saber. Página 12, 2012. Disponível em: https://www.pagina12.com.ar/diario/universidad/10-206420-2012-10-26.html. Acesso em: 25 mar. 2020.
THUN, Harald. O velho e o novo na geolinguística. Tradução de Claudia Fernanda Pavan, Gabriel Schmitt, Eduardo Gonçalves Nunes, Viktorya Pitsch Zalewski dos Santos. Percursos Teóricos e Metodológicos da Dialetologia. 2017b. Porto Alegre: Instituto de Letras UFRGS, Cadernos de Tradução, n. 40. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/cadernosdetraducao/article/view/87208. Acesso em 29 mar. 2020.
THUN, Harald. Variação na interação entre informante e entrevistador. Tradução de Cléo Vilson Altenhofen, Filipe Neckel. In: Percursos Teóricos e Metodológicos da Dialetologia. 2017a. Porto Alegre: Instituto de Letras UFRGS, Cadernos de Tradução, n. 40. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/cadernosdetraducao/article/view/87180. Acesso em 29 mar. 2020.
VERSCHIK, Anna. Language contact, language awareness, and multilingualism. In: Cenoz, J. et al. (Org.). Language awareness and multilingualism. Switzerland: Springer International Publishing, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY-NC-ND 4.0 International, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista, desde que não seja para uso comercial e sem derivações.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.