O HERÓI MELANCÓLICO EM O ANJO, DE JORGE DE LIMA
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v12i27.p104-119Palavras-chave:
Jorge de Lima, Melancolia, Dor de existir, ModernidadeResumo
Jorge de Lima configura-se como um autor multifacetado, por experimentar várias formas do fazer literário, bem como pelas suas criações nas artes visuais, no momento em que se dedica à pintura e à fotomontagem. Por outro lado, apesar da amplitude de sua obra, o escritor alagoano tem sido pouco estudado pela crítica literária, principalmente quando se pensa em seus romances – daí a pertinência de trazer novas reflexões sobre essa vertente, a qual dialoga com seus principais poemas. O presente trabalho, nessa perspectiva, intenta analisar a construção melancólica da personagem Herói, na novela O Anjo (1934), de Jorge de Lima. Para isso, utilizaram-se os pressupostos teórico-metodológicos que discutem como o sujeito submerge diante da tristeza, ocasionada, por vezes, pelo sentimento de vazio e abatimento doloroso (FREUD, 2010). No livro mencionado, o protagonista, adverso às exterioridades do mundo e ao avanço tecnológico promovido pela modernidade, entrega-se a uma condição de extremo arrefecimento, levando-o à tentativa de suicídio. Ademais, a melancolia emerge na obra à medida que a personagem não consegue ressignificar a perda de uma futura ascensão por meio da arte, ao se isolar do mundo e repelir as pessoas do seu entorno. Este ensaio, portanto, será embasado nos postulados teórico-metodológicos de Freud (2010), Starobinski (2016), Costa Lima (2017) e outros autores.
Downloads
Referências
BARBIERI, I. Um anjo paradoxal. Posfácio. In: LIMA, J. O Anjo. 4ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
CORDÁS, Táki Akanássios. EMILIO, Matheus Schumaker. História da melancolia. Porto Alegre: Artmed, 2017.
COSTA LIMA, L. Literatura: melancolia. São Paulo: Edunesp, 2017.
FREUD, S. Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos [1914-1916]. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2010.
FREUD, S. O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias e outros textos[1930-1936]. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
LIMA, J. O Anjo. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1998.
LIMA, J. A pintura em pânico. Rio de Janeiro: Tipografia Luso-Brasileira, 1943.
MENDES, M. A poesia em pânico. In: PICCHIO, Luciana Stegagno (Org.) Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1994.
NASIO, J. D. O livro da dor e do amor. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Jahar, 1997.
QUINET, A. Psicose e laço social: esquizofrenia, paranóia e melancolia. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
SCLIAR, M. Saturnos nos trópicos: a melancolia européia chega ao Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
STAROBINSKI, J. A tinta da melancolia: Uma história cultural de tristeza. Trad. Rosa Freire d’Aguiar. 1° edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY-NC-ND 4.0 International, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista, desde que não seja para uso comercial e sem derivações.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.